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ALEXANDRE GARCIA

Sangue verde-e-amarelo

Uma arquiduquesa austríaca, Leopoldina de Habsburg, percebeu que se o Brasil voltasse a ser colônia, iria se fragmentar. Ela decidiu pelo “fico” bem antes do marido, o príncipe regente Pedro. Cunhada de Napoleão, sobrinha-neta de Maria Antonieta, a filha do imperador da Áustria, quando feita regente pelo marido que viajara a São Paulo, ao receber ordens de Lisboa para Pedro voltar, foi ao Conselho de Estado com José Bonifácio e decretou a separação do Brasil de Portugal na manhã de 2 de setembro. O príncipe, dias depois, ao receber, à margem do Ipiranga, a comunicação da regente, desembainhou a espada e se desfez das cores de Portugal.

O Brasil independente completou 198 anos. No continente latino-americano, foi a única colônia a se manter intacta, à exceção da perda, sete anos depois da Independência, da província Cisplatina, que virou Uruguai. A união foi mantida a despeito de movimentos de secessão armados, como em Pernambuco, Piauí, Maranhão e Pará. E a Independência só foi garantida depois de dez meses de enfrentamentos para expulsar os portugueses na Bahia. A secessão da República Rio-grandense durou dez anos, pacificada por Caxias. Custou vidas, mas foi construído um país-continente.

O Brasil é um país miscigenado, muito à frente de outras nações que são apartadas por cor da pele, religião, etnias. Já em Guararapes, uniram-se europeus, índios, negros, mestiços, para expulsar o invasor holandês. Imigrantes alemães ombrearam com esses brasileiros na Batalha do Passo do Rosário; essa mistura racial derrotou o Paraguai numa sangrenta guerra. Na FEB, demonstramos ao V Exército americano na Itália, como lutamos juntos, sem distinções éticas, pelos nossos valores.

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Nos últimos anos, uma campanha segregacionista procura solapar os alicerces sobre os quais construímos este país-continente. E, mais recentemente, importam movimentos dos Estados Unidos, como se não comungássemos nossa tradicional união racial. Deturpam o noticiário como se brancos estivessem dizimando negros no Brasil. E não fica aí; o que a natureza atrai, eles querem distanciar, jogando mulheres contra homens. Tentam separar-nos até por opções sexuais, que são questões íntimas de cada um. E como as religiões são fonte de valores morais, disseminam preconceitos contra elas. O objetivo é enfraquecer o país, para um dia dividi-lo como butim entre bárbaros. Neste 7 de Setembro, aniversário da unidade nacional, é momento para alertar contra essa pregação. Somos fortes unidos, irmãos igualados pelo sangue verde-e-amarelo.

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