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ContraPonto

Fé e charlatanismo

Historicamente, há alguns assuntos “proibitivos”, isto é, de abordagem crítica não recomendável. Ou porque têm proteção constitucional, ou porque gozam de grande prestígio e preferência popular.

Entre tais assuntos, merece destaque o exercício da religiosidade e da fé. Regra geral, o exercício da fé religiosa tem seus templos e seus líderes, popularmente denominados pastores.

Obviamente, a manutenção de estruturas físicas e quadros de pessoal demanda recursos financeiros suficientes para arcar com a respectiva manutenção e investimentos.

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Pesquisas recentes indicam uma arrecadação anual em torno de 20 bilhões de reais. Fruto de doações e dízimos, garantem as entidades religiosas. Em favor da arrecadação, afirmam que também atendem a compromissos sociais e filantrópicos.

Além da expressiva movimentação financeira, chama atenção o crescimento vertiginoso do número de templos e seitas, batizados com os mais variados e criativos nomes. Claro, todos em nome de Deus e Jesus.

Repetindo, o exercício da fé é livre e garantido pela Constituição. Inclusive isento de tributos. Ora, se não podemos questionar a infinitude dos apregoados milagres, exorcismos e fenômenos de cura, por exemplo, cada vez mais frequentes segundo os discursos de inúmeros pastores, as centenas de imagens e dezenas de canais de televisão, podemos, com certeza, defender a exigência de pagamento de impostos.

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Faz tempo que esta proliferação desproporcional de templos e seitas despertou suspeitas do povo e das autoridades acerca do destino desses recursos financeiros. Mas também sobre a forma e valores de algumas arrecadações. 

Para quem ainda não conhece, sugiro procurar na internet, mais precisamente no YouTube, discursos e imagens sobre o “Martelinho de Deus”, a “Caneta Ungida” e “Vassoura Ungida”, por exemplo.

Social, policial e judicialmente, quais são os limites e práticas possíveis e aceitáveis entre o que denominamos (direito e prática) de fé e o evidente charlatanismo? 

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Então, religiosos e crentes de boa fé, recordem os exemplos de Jesus no templo, Paulo em Atenas e Lutero em Roma!

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