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Contra Ponto

Michel Temer

Em 6 de janeiro de 2011 (e recém-eleita Dilma Rousseff), escrevi artigo sob o título “O enigma Michel Temer”. Embora vigentes e correntes várias razões para examinar a atual crise, vale a pena, todavia, reler alguns parágrafos. Vejamos:

“(…) Em relação ao governo Dilma, há algumas divagações – e certezas – acerca da capacidade de articulação e envolvimento do vice-presidente Michel Temer. Várias vezes apontado como o mais influente parlamentar brasileiro, Temer é doutor em direito e autor de livros jurídicos, deputado há décadas e presidente da Câmara dos Deputados duas vezes. Controla a ‘máquina’ do PMDB e o Congresso.

(…) Historicamente, os melhores vice-presidentes sempre foram aqueles de conduta mais discreta, sem excessos midiáticos e sem intromissões que pudessem atrapalhar um presidente e seu governo (…). Não é o caso de Michel Temer!

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Dilma Rousseff nunca teve mandato parlamentar. Novata no PT, foi uma candidata inventada por Lula. Tudo porque Lula não queria ficar dependente de ninguém. Como de fato não ficou. Fez sua aposta e venceu. 

Então, o que temos? Uma combinação surpreendente, inédita e temerária (trocadilho premonitório!): uma presidente sem experiência parlamentar cujo vice é um político pleno de mandatos e dono de um partido grande, ainda que confuso.  

Para que Dilma não reste ‘escravizada’ por Temer e o PMDB, urge a reorganização do PT. O episódio ‘mensalão’ fragmentou a ‘inteligência’ partidária e pulverizou o debate interno. 

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O vendaval (…) repercutiu em todo o partido (…) foi o fato determinante que permitiu que Lula se impusesse (na escolha de Dilma, principalmente), sem contestação partidária. (…) Para o bem de Dilma e seu governo, o PT precisa recuperar sua independência.

Precisa recuperar urgentemente a qualidade e o debate interno sob pena de se transformar num partido amorfo, submetido pelo empreguismo e o clientelismo político. (…) Afinal, agora tem grandes fontes de financiamento, principalmente de grupos patronais que antes não o financiavam.  

Mas Dilma sabe que sua indicação e conquista presidencial são fruto desse vazio partidário pós ‘mensalão’. De modo que precisará do partido por completo, livre e forte. Sob pena de o PMDB – leia-se Michel Temer – realizar e exercitar um vice-presidencialismo ativo e protagonista. Naquilo que o PMDB tem de pior: o fisiologismo e o oportunismo.”

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