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Contra Ponto

Uma contradição essencial

Os Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) completaram cinco anos de prejuízos seguidos, expressivamente influenciados pelos custos do seu plano de saúde.

Plano que não contempla apenas seus funcionários e dependentes, mas também os próprios pais dos funcionários. Os pais! Então, é você, leitor – que paga caríssimo pelo seu próprio plano de saúde familiar –, quem está pagando a conta da estatal.

Aventuras econômico-financeiras estatais/governamentais são um campo prodigioso de  patrimonialismo, desperdício e corrupção. Regra geral, são empresas ineficazes e mal gerenciadas. Habitualmente, todas respondem a milionários processos trabalhistas.

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Tanto no Estado quanto nacionalmente, vários são os exemplos de órgãos públicos que se pretendem populares e democráticos, mas que, em resumo, servem a uma elite burocrática e de elevadíssimos salários, intocáveis privilégios e direitos. 

São instituições concentradoras de renda, oportunidades e poder político-econômico. Quase sempre aparelhos político-ideológicos dominados por “panelinhas” sindicais e partidárias.

Então, como é possível que pessoas e partidos, especialmente os (autodenominados!) de esquerda,  defendam essas estatais e pretendam concomitantemente estabelecer a hierarquia orçamentária da educação, da saúde e da segurança pública? É óbvio que os recursos públicos desperdiçados com serviços de qualidade duvidosa, deficits gigantescos e corrupção disseminada são os mesmos recursos que fazem falta à educação, saúde e segurança pública. 

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A pretexto de defender interesses essenciais e  estratégicos (retórica de 1950!), na verdade acabam por defender o corporativismo e as “panelinhas” em detrimento das necessidades básicas do povo. 

O famoso livro Why Nations Fail (Por que nações fracassam, de 2012) observa que países que não progridem mantêm instituições que não incluem a maioria da população e existem para preservar o poder econômico e político nas mãos de uma elite.

A manutenção (e a defesa) das idéias estatizantes deve-se muito ao fato de que a maioria do povo não lê jornais, nem balanços contábeis, nem listagem de ações trabalhistas. De boa fé, o povo acaba acreditando na retórica ultrapassada do bairrismo e do nacionalismo.  

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Repito a pergunta: como é possível que pessoas e partidos defendam essas estatais e pretendam concomitantemente estabelecer a hierarquia orçamentária da educação, da saúde e da segurança pública?

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