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Contra Ponto

Patologia da loucura

Predomina um sentimento de indignação e desesperança ante o conjunto das omissões e crimes praticados no âmbito das esferas de representação e poder do Estado brasileiro.

É oportuno observar que a história é farta nas demonstrações dos erros decorrentes da indevida proteção de representantes e governantes flagrados em delito, em detrimento da hierarquia dos valores permanentes de uma nação. Do mesmo modo, importa denunciar a idolatria, o messianismo e o populismo. Afinal, líder nenhum é fiel e exclusivo depositário das lutas de um povo, de suas esperanças e desejos político-sociais.

Independentemente de opções e opiniões políticas, ideológicas e partidárias, não podemos prescindir da crença num sistema de valores nacionais, regras constitucionais, dispositivos legais e conceitos éticos. Estes valores são frutos do esforço coletivo, sofrimento e resignação de várias gerações. Não podem ser contaminados pela fraqueza, incompetência e desonestidade de indivíduos que não estão à altura de determinado momento histórico da nação.
A fidelidade partidária (e ao líder) não pode se constituir em compromisso inalterável, uma vez confrontada com fatos graves e ilegais, imorais e antiéticos, relevantes à nação. Neste sentido, as opções político-partidárias individuais e coletivas merecem revisão e repactuação permanente.  

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E à medida que a utopia e a paixão dão lugar à compreensão acerca das fraquezas humanas e das vocações autoritárias dos grupelhos políticos, aprendemos a valorizar os instrumentos básicos de um Estado Democrático de Direito. Finalmente, a aprender, também, é que na política, como no amor, por conta de nossa idealização, demoramos em ver os defeitos de nosso objeto amoroso.

E da ignorância

Seja em volume, variedade temática e divulgação, nunca foram tantas as oportunidades de acesso à educação, à escolarização, ao saber e à cultura. A racionalidade e a ciência prosperam e asseguram uma vida melhor. Porém, a receptividade, a compreensão, o estabelecimento e o desenvolvimento dessas mensagens ainda dependem do esforço e do empenho pessoal.

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Daí que assistimos e vivenciamos a uma incrível contradição. Nunca foi tão grande o número de pessoas e grupos (com)partilhando argumentos e explicações simplistas, erradas e idiotas.

Sem restrições e constrangimentos, há uma naturalidade na propagação da ignorância e de preconceitos. Como se houvesse uma genialidade natural, uma geração espontânea do saber.

Mas com tantos corações carentes de afeto, ouvidos ávidos de atenção e estômagos vazios, não é surpresa a supremacia da ignorância, da idiotia e da mistificação.

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