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Contra ponto

Uma eleição para esquecer

Não há adjetivos negativos suficientes para classificar este melancólico e deprimente segundo turno presidencial, cuja marca mais deplorável é a generalizada e recíproca falta de respeito entre um expressivo grupo de pessoas, acerca de suas opiniões e prováveis votos.

Esta eleição se transformou em um plebiscito sobre negações e violações, uma incansável e inesgotável narrativa sobre os defeitos do outro. De um lado vigora o “ele não” e do outro o “PT nunca mais”.

De um lado denigre-se uma pessoa, no caso o candidato Bolsonaro, dito que vocacionado para a grosseria e a tirania, a julgar por suas dezenas de temerárias e desqualificadas declarações. De outro lado, não menos desqualificado, e também com farto material probatório de condutas pessoais e coletivas negativas, uma instituição e seus principais líderes, alguns já condenados e presos, no caso o Partido dos Trabalhadores.

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O mais surpreendente é o seguinte: o esforço de cada lado em rotular e insistir que os defeitos do outro são piores que os que o adversário lhe atribui. E que o futuro que o outro (se eleito) nos acena e promete será desastroso.  
Então, o que sucede é que os dois candidatos somam e representam (quase que na totalidade de votos alcançados e potenciais) não as próprias virtudes, mas sim a soma dos defeitos do outro. Logo, não é possível identificar, nem valorizar, eventuais virtudes de parte a parte.

Faz sentido. Afinal, são os dois extremos e lados negativos da mesma moeda. Frutos da longa e repetitiva semeadura inconsequente e agora absurda e dolorosa colheita.

Outro aspecto. Um efeito colateral deste circo dos horrores comportamentais. Haverá um número gigantesco de votos nulos e brancos. Afinal, as convicções de muitos cidadãos não admitem uma opção compulsória, constrangedora e intolerante, uma exceção por baixo de suas réguas ético-políticas. Pertinente e respeitoso compreender suas razões e seus votos.

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Finalmente, cabe perguntar: se tão notórios tantos defeitos de parte a parte, como imaginar e esperar que algum deles – pessoas e partidos em questão – possa oferecer e assegurar um processo de pacificação social e uma pauta de desenvolvimento? E não bastará pacificar e promover o desenvolvimento. Há urgentes reformas estruturais a serem realizadas, adiadas governo após governo, e que demandam amplo apoio popular e parlamentar.

Tudo indica que o cenário internacional imediato – social e econômico – entrará em estado de alta fervura e resultará por agudas transformações. Há ameaças de recessão mundial. As migrações não param. O desemprego mundial cresce e se torna sem solução. Dias dramáticos virão!       

 

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