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Da terra e da gente

A nossa cara

Quem circula pela nossa cidade e interior, e tem gosto por coisas belas e identificadas com a comunidade, exulta em ver edificações antigas, de traços peculiares e diferenciados, voltarem a receber a devida atenção. Quando o Estado comemora 195 anos de imigração alemã e Santa Cruz chega a 170 anos de colonização da mesma origem, a valorização de uma das manifestações mais sólidas de sua cultura, em particular o seu jeito de construir, morar e sediar suas mais diversas atividades, é digno de júbilo.

O que se vê é um lugar cada vez mais belo de viver, e com a nossa cara. Respeitadas todas as etnias formadoras da nossa gente, não há como negar o papel fundamental da presença germânica, onde suas construções tornam-se uma das expressões mais vivas e marcantes. São aspectos como aberturas diferentes, detalhes e desenhos característicos que tomam forma mais visível quando ocorrem restaurações, tornando-as muito mais interessantes do que muitos projetos modernos, mais quadrados e retos.

Gostos são gostos, é verdade, e os há para todos. Mas, quando se viaja para a Europa, por exemplo, e se verifica o belo e aprazível conjunto que formam locais preservados e bem cuidados, com o indispensável ajardinamento, ratifica-se a relevância de tais procedimentos. Por certo, uma longa história acabou por criar e solidificar um gosto que faz mais sentido para a população. Não por acaso, de uns tempos para cá, quando aumentaram nossas viagens ao Velho Mundo, parece que por aqui se passou a dedicar maior valor a esses aspectos paisagísticos.

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É bom observar o renascer da beleza de prédios antigos em nossa volta, por iniciativas públicas e privadas, e inclusive recente incentivo legal. Quem caminha pela cidade, como é o meu caso, sente-se bem em ver a frente da ex-sede do Clube União, de 1923, mantida e salientada; um banco cooperativo centenário (Sicredi), com prédio de 1925 ainda vibrante; um Hotel Santa Cruz, de 1927, com nova vida. Na esquina da Borges com Coronel Brito, voltam a brilhar contornos de ex-construção bancária espetacular, enquanto em portentoso edifício público no outro lado, de 1903, se prevê nova recuperação.

Em direção ao interior, dois verdadeiros monumentos restaurados pela Prefeitura saltam aos olhos: os prédios das Cooperativas de Linha Santa Cruz, de 1913, e de Rio Pardinho (1926). No caminho a Monte Alverne, chama atenção o processo de renovação de dois salões (Frantz, em Linha Santa Cruz, e Kappel e Silva, de 1893, na Linha Nova), procurando preservar traços originais. Chegando à vila monte-alvernense, não há como não se impressionar com o castelinho revigorado do médico Pedro Eggler, de tanta história desde 1920. São muitos exemplos que, com olhos no passado, fazem bem aos olhos no presente, e merecem todo aplauso.

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