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Da terra e da gente

Ele tem história

O tabaco nosso de cada dia é colhido nas lavouras da região para garantir, mais uma vez, a renda de milhares de produtores rurais e trabalhadores nas indústrias e, de forma indireta, a muitos outros, como um sustentáculo persistente da economia regional. O que não se lembra, muitas vezes, é que isso já ocorre há muito tempo, desde a chegada dos imigrantes alemães à então Colônia Santa Cruz, há 170 anos, data que se festeja em 2019 e sobre a qual trarei crônicas variadas em livro a ser lançado no mesmo dia inicial da sua vinda, 19 de dezembro.

Outro livro, que li há pouco, O trabalho alemão no Rio Grande do Sul, de Aurélio Porto, do Instituto Histórico e Geográfico do Estado, divulgado em 1934, relata bem a importância que assumia essa cultura já nos primeiros tempos da colônia. Ao comentar a Exposição Brasileira-Alemã realizada em 1881, em Porto Alegre, “acontecimento importante no desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul que revela o esforço indesmentível do colono alemão como fator indiscutível dessa prosperidade”, destacou a participação de Santa Cruz, que já se transformara em município (criação, 1877 e instalação, 1878).

Ao município de Santa Cruz, dizia a publicação, “deve-se a iniciativa da cultura do fumo em grande escala nesta Província. Ali que ela conheceu e ali que ela tem desenvolvido mais do que em qualquer outro lugar da Província. Hoje planta-se mais ou menos fumo por toda parte entre nós; a cultura tende a crescer rapidamente e com proporções avultadas. De um grande número de localidades provinciais afluem amostras de fumo para esta exposição, mas Santa Cruz conserva de direito o primeiro lugar”, foi o registro feito.

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Era mencionada exportação do tabaco rio-grandense, que correspondia a 3.532 arrobas em 1861-62, pulando para 43.491 arrobas em 1869-70 e 137.012 arrobas em 1879-80. Considerando as 367 mil toneladas exportadas hoje pelo Estado (2018), pode-se avaliar bem como cresceu a atividade em nosso meio, como aliás bem se previu. O livro cita exportadores de Santa Cruz que concorreram com várias qualidades de fumo (Ricardo Zutter, Carlos Wild, O. Lunoth, Eduardo Gressler e outros), além de agricultores e industriais que mostraram diferentes produtos (cera purificada, cervejas, licores, aguardente, erva-mate, algodão, couros curtidos e solas, telhas e tijolos, e até fotografias), evidenciando a diversificação já presente.

Mas o que ainda exaltava o autor, sobre os imigrantes alemães, eram suas “qualidades excepcionais de trabalho, disciplina e inteligência”, o fato de serem “gente ordeira, pacífica”, e mantendo “tradições inigualáveis de trabalho orgânico e construtor”, onde o tabaco produzido era uma das amostras, e assim continua a expressar sua grandeza em nossa terra, para nosso orgulho e reconhecimento.

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