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O lado bom do imposto de renda

Das promessas de início de ano, uma delas, para muita gente, é mudar hábitos financeiros. Muitos recorrem a dicas de especialistas que, geralmente, estabelecem regras rígidas, mudanças radicais na rotina, privações, etc. Uma delas sugere passar a vida, anotando cada gasto efetuado, até os miúdos. Aí, por falta de disciplina, por não saber o que fazer com essas anotações  ou por não perceber  benefícios imediatos, a maioria  manda tudo “às favas” e não anota mais nada, voltando ao descontrole financeiro.

A metodologia da DSOP – Educação Financeira, por exemplo, também  recomenda  anotar os gastos, mas apenas  durante um mês, o que deve  ser repetido a cada ano, para fazer um diagnóstico da situação financeira e estabelecer um orçamento para os próximos 12 meses. Aliás, o  que faz a diferença, de acordo o especialista em educação financeira, Álvaro Modernell, não é ter tudo anotado. “É ter postura consciente, educação financeira que ajude a evitar impulsos de consumo, a manter distância das dívidas, a respeitar limites de compras e gastos, a fazer investimentos conscientes, a cultivar bons hábitos financeiros. As atitudes influem mais do que os registros.”

“Na vida, nada é mais certo do que a morte e o dinheiro dos impostos”, já dizia Benjamim Franklin, inventor, cientista e diplomata americano, que viveu  de 1706 a 1790. Como já naquela  época, hoje, também, aqui no Brasil, de  maneira obrigatória, para milhões de brasileiros, há muitos anos, o último útil  do mês de abril  é o dia D da Declaração do Imposto de Renda. Mesmo dispondo de dois meses para providenciar a declaração, muitos brasileiros deixam a providência para a última semana e, em alguns casos, para a última hora do prazo. Preenchendo pessoalmente os formulários, o que está cada vez mais “amigável”, ou entregando a tarefa a terceiros, é a oportunidade de se avaliar  a evolução do patrimônio pessoal ou da família  e o que se fez com as receitas obtidas, no ano anterior. Muitas vezes, ao vermos os números apurados, ficamos com um sentimento de culpa porque, quase nunca, sabemos exatamente onde foi parar esse dinheiro.

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Quem deixou para a última hora para encaminhar sua declaração de renda pode ter tido dúvidas sobre algum item, falta de algum documento, além de congestionamentos ou quedas na conexão com o site da Receita. Mesmo cumprindo a obrigação com má vontade,  o dinheiro preza quem o respeita, tem disciplina e organização.

Não há duvida de que a carga tributária, no Brasil, é muito alta. As empresas e famílias brasileiras entregam aos cofres públicos 40% do PIB que é o total dos bens, serviços e riquezas, geradas no país, durante um ano. O que torna a obrigação mais revoltante para os contribuintes é que, de um lado se paga muitos impostos, e, de outro, os retornos públicos são muito poucos – falta segurança, pouco  atendimento e recursos para saúde, estradas precárias, educação de má qualidade, etc . -, enquanto, ao mesmo tempo, a mídia não para de  divulgar novas e chocantes  notícias de políticos e empresários metidos em falcatruas, com suspeitas de desvios de bilhões de reais. 

Apesar de tudo isso, é preciso entender que  manter  as obrigações financeiras  em dia ainda é a melhor maneira de lidar com impostos e contas. Pagar com atraso gera multas e juros e não pagar, isto é, sonegar, é crime.  Então, antes de tratar a Declaração de Renda como uma tarefa meramente burocrática e chata, apenas para atender a uma exigência fiscal, ela pode se prestar para, 1º), ser um motivo de pressão sobre nossos representantes políticos, uma vez que estamos pagando mais imposto de renda do que devido, pois,  na prática, existe uma  defasagem na correção da tabela por volta de 60%; além disso, o valor das deduções, por  dependente, por exemplo,  está longe de cobrir despesas essenciais de alguém, durante um ano ; e,  2º), convencer-se de que a forma mais correta e prática para acertar as contas com o Fisco é se planejar ao longo do ano, mantendo tudo em ordem, para não se atrapalhar na hora de preparar e entregar  a declaração de renda.

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