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A origem do Dia dos Namorados no Brasil

Fazendo jus a sua origem nada romântica, em 1949 comerciantes paulistas  criaram o primeiro Dia dos Namorados, no Brasil. Além de invocar o nome de Santo Antônio – o santo casamenteiro, celebrado em 12 de junho – , a data pretendia esquentar as vendas do mês junho, consideradas as mais fracas do ano. Hoje, o Dia dos Namorados é o terceiro maior evento de apelo comercial, perdendo apenas para o Natal e o Dia das Mães. São lojas de tudo que é espécie, floriculturas, restaurantes, clubes, comunidades, sites, motéis… Enfim, todos “interessados” em transformar o Dia dos Namorados num momento inesquecível. É a dinâmica das economias de consumo que, em cada dia especial, desafiam a criatividade, gerando mais rendas, impostos, lucros e – por que não? – mais momentos de felicidade.

Motivos para gastar não faltam
Mesmo em tempos de crise, como estamos vivendo  já há três anos, muitos namorados, para agradar a outra parte, não se sentirem constrangidos ou para desejarem impressionar, gastam mais do que poderiam. As justificativas mais frequentes, de acordo com uma pesquisa recente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC  Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), são o merecimento da pessoa e a vontade de agradar, não importando o valor do gasto nem o fato de assumir  eventual dívida, com o parcelamento do pagamento da compra. Muitos apaixonados não se dão conta de que podem comprometer o orçamento durante alguns meses e, pior ainda, eventualmente as prestações durarem mais tempo que o namoro com alguém que  já está em outra.

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A influência do dinheiro nos relacionamentos
Nos relacionamentos, uma das áreas que, comprovadamente, provoca mais problemas, atritos e até rompimentos é a financeira. Mulheres e homens são de planetas diferentes, não só em livros e peças de teatro. Nas finanças, também. Além disso, a forma como as famílias de origem tratavam as questões financeiras, as primeiras experiências e as crenças relacionadas com o dinheiro tem uma influência muito grande nas finanças pessoais de cada um, que podem ter sido negativas ou positivas. É claro que os erros e acertos podem ter ensinado muita coisa, embora os erros com dinheiro podem deixar marcas profundas, às vezes permanentes. Como já disse alguém, o dinheiro não aceita desaforos. 

Mesmo assim, o namoro, em geral, ainda passo longe de questões financeiras. Por várias razões, uma delas, certamente, por acreditar-se  que o assunto não é nada romântico e o que importa, mesmo, é o amor que um sente pelo outro. Entretanto, se serve de alerta, quando a questão financeira é posta à mesa, principalmente em namoros ou relacionamentos já de mais tempo, as coisas se revelam totalmente: as diferenças aparecem, a rotina desgasta, a falta de objetivos comuns faz com que cada um comece a pegar caminhos diferentes e a pensar individualmente e não mais como um só.

Data para falar sobre finanças
Assim, o Dia dos Namorados pode ser uma oportunidade especial para falar sobre finanças. Talvez mais do que o presente em si, a forma como cada um decidiu comprar o presente pode ser um bom início de conversa: se planejou a compra, se obteve algum desconto, se procurou atender a algum desejo ou até necessidade do parceiro ou parceira. Às vezes, o presente não precisa ser um objeto, mas a simples  ajuda para liquidar uma pendência financeira.

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Assim, independente do presente que se queira ou se possa dar, o princípio fundamental é saber de sua condição financeira. O Dia dos Namorados pode ser um marco para o relacionamento, procurando romper um tabu que ainda existe: falar abertamente com o parceiro sobre finanças. É muito arriscado esperar para casar ou morar junto para iniciar essa conversa. 

Reinaldo Domingos, educador financeiro e criador da DSOP – Educação Financeira, além de outras atividades, propõe  que todos os namorados se sentem e conversem sobre finanças. Busquem educar-se financeiramente, um apoiando o outro, entendendo suas necessidades e estabelecendo prioridades. Relacionem seus sonhos conjuntos de curto prazo (até um ano), de médio (até dez anos) e de longo prazo (acima de dez anos). Apurem quanto esses sonhos custam e quanto cada um pode poupar por mês para realizá-los, aplicando esse dinheiro em algum investimento. A maioria dos casais se separa porque não sonha mais o mesmo sonho. Antoine de Saint-Exupéry resumiu isso numa frase: “Amar não é olhar um para o outro; é olhar juntos na mesma direção”.

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Conclusão
Algumas decisões que tomamos ao longo da vida são fundamentais para a construção de nossa tranquilidade financeira. Poucas são tão importantes quanto a escolha que fazemos de nossos parceiros, especialmente as pessoas comas quais iremos dividir nossas vidas. A personalidade de cada uma e os problemas de relacionamento podem aparecer somente  na hora de lidar com o dinheiro. Parece uma questão menor e dificilmente é discutida antes de o casal dividir o mesmo teto, que dirá levar em conta. É verdade, casar ou morar junto por dinheiro nem sempre dá certo. Mas, só por amor sempre dá? O escritor Ken Fischer aconselha que “casar-se por dinheiro é uma maravilha, desde que se tenha a certeza de que é com alguém que você vai tratar bem e que vai tratá-lo bem, também. O dinheiro nunca vai substituir o amor. Mas, pode ser um adendo delicioso – como crosta de açúcar em bolo”.

 

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