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Blog Falando em Dinheiro

Será que a crise é a única causa de problemas financeiros?

Há três anos, o Brasil vem passando por uma crise econômica e financeira, além de outras como a política, de segurança, educação, social, etc. Claro, muita gente não é atingida, nem percebe; mas, milhões de brasileiros sentem no bolso as consequências dessa crise, com a perda do emprego ou de seu negócio. Certamente, em algum momento no futuro, o país voltará a crescer de novo – pelo menos, é o que esperamos – e, com isso boa parte dos problemas atuais deverão estar superados.

Um desses problemas é o endividamento de pessoas e de famílias brasileiras. De acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), no final do mês de janeiro, 61,3% das famílias brasileiras estavam endividadas e 25% delas, inadimplentes, isto é, não conseguiram pagar suas dívidas. Como normalmente se faz com os problemas que acontecem,  as pessoas atribuem as causas a fatores e circunstâncias externas, o que muitas vezes é verdade. No endividamento, é assim também. Uma dessas causas, obviamente, é o desemprego ou a quebra de um negócio que deixa as pessoas sem a necessária renda para atender a seus compromissos, muitas vezes até para sobreviver dignamente.

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Mesmo assim, o momento ruim da economia, muitas vezes, não é o único responsável pelas dificuldades financeiras das pessoas e das famílias. Às vezes, emoções comuns como a raiva de alguém, a vergonha de não revelar suas dificuldades financeiras ou o medo de perder amigos podem ser o gatilho para que pessoas gastem sem necessidade.  Quem comprou a crédito ou contraiu empréstimos sem o devido planejamento raramente admite que a culpa maior do endividamento, pelo menos em parte, pode ser sua. Assim, quem está endividado e pretende superar essa fase complicada de sua vida precisa conhecer algumas lições que o educador financeiro e sócio do site Dinheirama, Ricardo Pereira, relaciona num artigo:

1ª) a dívida não acaba num passe de mágica: em qualquer problema da vida, as pessoas buscam soluções imediatistas para resolver a situação; na saúde, por exemplo, o mais comum é a automedicação, o que pode protelar a cura ou até comprometer mais a saúde. Na dívida pode acontecer de modo semelhante:  não adianta procurar novos empréstimos,   buscar culpados por dificuldades que se está passando ou acreditar em empresas ou profissionais que prometem “apagar suas dívidas”, como num passe de mágica, o que muitas vezes é golpe;  é preciso assumir a responsabilidade e partir para ações concretas de como resolver o problema;

2ª) fazer um diagnóstico da situação econômica/financeira e cortar despesas:  durante 30 dias, anotar todas as saídas de dinheiro, desde o valor de um simples cafezinho até a prestação da casa ou do carro; organizar esses desembolsos por tipo de despesa (residência, pessoal, instrução, outras); a partir desse diagnóstico que é uma fotografia da situação atual já é possível cortar despesas, sem perda no padrão de vida, apenas com a eliminação de desperdícios e supérfluos;

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3ª) buscar alternativas para aumentar a renda: mesmo em tempo de desemprego alto, é possível descobrir novas fontes de renda, aproveitando alguma habilidade especial  (fazer doces ou salgados para vender, trabalhar com aplicativos – Uber, por exemplo – para transporte de pessoas, etc);

4ª) cumprir os acordos realizados: tomando a iniciativa de procurar o credor (antes que ele o faça, através de carta, telefonema, intimação judicial, etc) , é muito provável conseguir fazer um bom acordo, afinal o credor também tem interesse em resolver a pendência, com a perspectiva de receber  o valor que lhe é devido; ter cuidado para realizar um acordo dentro das condições atuais, de modo que possa ser cumprido;

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5ª) a dívida não acaba depois de 5 anos: depois de 5 anos, as dívidas apenas devem ser retiradas dos órgãos de proteção ao crédito, mas elas permanecem no arquivo do credor que pode acioná-las em juízo,  repassá-las para cobrança de empresas especializadas ou, ainda, cobrá-las numa eventual  volta ao estabelecimento onde ficou a pendência.

Nos tempos de inflação alta – mais de 10% ao mês, nos anos 80 e 90 -, acreditava-se que não seria possível adquirir bens sem recorrer a dívidas. Muitas pessoas ainda acreditam nisso. Esquecem que com educação financeira, é possível comprar os mesmos bens, sem pagar juros, o que permite comprar mais coisas. É fato que a maior parte da população brasileira não foi educada financeiramente, em casa ou na escola.  Mas, sempre é tempo. Não é preciso voltar para a escola ou fazer um pós em economia. Podemos nos educar financeiramente através de livros, cursos, seminários, vídeos, artigos. Enfim, existem muitas ferramentas para mudar a forma de lidar com o dinheiro. É convencer-se da  necessidade desse conhecimento e,  com força de vontade, disciplina e o apoio da família fica mais fácil traçar objetivos e conquistá-los. É só começar!

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