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Precisamos falar sobre educação financeira

Finanças pessoais ou, de forma mais abrangente, educação financeira, são cada vez mais pauta de programas de rádio e televisão; de artigos em jornais, revistas, na internet; de tema de palestras, cursos ou workshops nas escolas, empresas, associações, igrejas; e de assunto nas conversas informais, em lares, bares, etc.

Recentemente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou na televisão pequenos vídeos, apresentados pelo jornalista Pedro Bial, em que abordou vários temas específicos que se relacionam com a educação financeira,  como a organização das contas e finanças das famílias, cheque especial, cartão de crédito, endividamento, crédito às pequenas e médias empresas, etc. Chamado de  projeto Papo Reto, o objetivo era oferecer às pessoas  dicas para cuidar melhor de seu dinheiro.  

Também aqui, no Portal Gaz, na matéria Elas indicam: técnicas para organizar as finanças sem complicação”, postada no dia 04/09/2019, várias jornalistas expressaram suas técnicas pessoais – métodos caseiros, como elas disseram  – para organizar suas finanças. Discordando apenas de tratar-se de um “assunto um tanto quanto pesado”, como diz a introdução da matéria,  cada uma das participantes relatou o que tem feito  para organizar suas finanças, recomendando-o a seus leitores. Essas técnicas individuais  estão incluídas na metodologia da DSOP – Educação Financeira.

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Quando não existia dinheiro, as pessoas trocavam mercadorias e serviços entre elas, o chamado escambo. O sistema apresentava dificuldades e deficiências: se não houvesse coincidências de interesses, não havia troca, ou, então, como estabelecer valores de troca, quer dizer, uma ovelha vale quantos quilos de trigo?

Por isso,  buscou-se outras maneiras  de transacionar bens e serviços. Surgiu, então, o dinheiro, primeiramente sob a forma de  pedras, conchas, animais, peles, tabaco, arroz, chá, bronze, cobre, prata, ouro. Depois, já no século VII A.C.,  apareceu, na China,  a primeira cunhagem de moedas. Finalmente, no século XII, também na China, foi criado o papel-moeda, impresso com blocos de madeira.  Mas, somente no século XIX as cédulas começaram a ser utilizadas de maneira universal e permanente.

Para que pudesse ser administrado e controlado, a utilização do dinheiro é baseada em números e cálculos, manuseados por pessoas. Daí o nome de Finanças pessoais. E como são  pessoas  com seus comportamentos que lidam com a ferramenta do dinheiro, surgiu a expressão Finanças Comportamentais.  Estudiosos criaram, então, a expressão Educação Financeira para abranger as Finanças Pessoais e as Finanças Comportamentais, mas que se restringia ainda a números e questões puramente técnicas, que são importantes, mas que limitam seu significado, como pesquisar preços, elaborar um orçamento, saber fazer alguns cálculos matemáticos, evitar o endividamento, conhecer os produtos financeiros e melhores estratégias de investimento.

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Foto: Divulgação

 

Entretanto, o comportamento não se manifesta só por números e técnicas, mas pelo Ser Humano que é, com sonhos e propósitos.  A partir dessa constatação, o educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos entendia que a  “educação financeira precisava ser vivenciada e comprovada academicamente, por meio de uma metodologia, embasada nos hábitos e comportamentos do SER, e multiplicada com eficácia, proporcionando a todos que a praticarem a autonomia  e sustentabilidade financeira”.

Assim, Reinaldo Domingos  criou a metodologia DSOP, formada por quatro pilares:

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– D de Diagnosticar: autorreflexão sobre os gastos;  é possível economizar de 20% a 30% dos gastos, sem perda da qualidade de vida, apenas com a eliminação de desperdícios e supérfluos; na matéria “Elas Indicam…”, publicada no portal Gaz e citada anteriormente, a jornalista Bruna Lovato dá várias dicas para mudar hábitos: fazer uma comida especial em casa, pesquisar na internet, comprar em lojas populares; já jornalista Naiara Silveira usa uma planilha eletrônica para acompanhar e cortar eventual gasto;

– S de Sonhar: é a projeção de objetivos /metas; qual o sonho que se quer realizar? Quanto custa, quanto  guardar por mês e em quanto tempo  realizá-lo?  Na matéria “Elas indicam…”, a jornalista Tássia Carvalho deixou essa dica bem clara ao escrever “basta determinar um valor, um prazo e qual a meta ou objetivo a ser alcançado”; igualmente, a jornalista Paola Severo, reservando percentuais de seu salário para diversas finalidades;

– O de Orçar: é o planejamento financeiro, com prioridade para os sonhos;

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– P de poupar: é a potencialização e destino dos recursos poupados, “carimbando” o dinheiro poupado para evitar que se torne “sem dono”; na matéria “Elas indicam…” a jornalista Luana Rodrigues ensina isso ao dizer que guarda valores extras, como 13º salário e restituição do IR para alguma emergência ou viagem.

Na definição de Reinaldo Domingos, “educação financeira é uma ciência humana que busca a autonomia financeira, fundamentada por uma metodologia baseada no comportamento, com o objetivo de construir um modelo mental que promova a sustentabilidade, crie hábitos saudáveis e proporcione o equilíbrio entre o SER, o FAZER e o TER, como escolhas conscientes para a realização de sonhos”.  Um dos principais objetivos da educação financeira é ajudar as pessoas a estabelecerem uma relação mais saudável com o dinheiro. Mas, não é só isso.  Trata-se de uma ciência que pretende promover  uma mudança de comportamentos, hábitos e costumes em relação dinheiro. O objetivo da educação financeira  é a realização de sonhos e não o consumo imediatista.

Educação financeira também se aprende ou seria aquele tipo de conhecimento ou habilidade que alguns tem, outros não?  A partir de 2020, adaptadas às novas normas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as escolas brasileiras terão que ter em sua grade a Educação Financeira. Mas, todos podem aprender a administrar bem o seu dinheiro. O passo fundamental é conscientizar-se de que isso é possível  e, em muitos casos, necessário. Muitas vezes, é um desafio que exige uma mudança pessoal , como em qualquer área da vida.  Olhar a situação com clareza, maturidade e decidir construir dias mais tranquilos e saudáveis são atitudes que podem ajudar a vencer esse desafio.  Dicas adquiridas em artigos de jornais ou revistas, em sites da internet, até em livros, palestras, cursos, workshops, etc., são importantes e podem, pelo menos, despertar o interesse e ações para lidar melhor com o dinheiro. Em alguns casos, é preciso buscar ajuda de especialistas, como se faz  em qualquer área de nossa vida, seja na saúde, na manutenção da casa ou no conserto do carro.

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