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Por que alguns orçamentos pessoais ou familiares não funcionam?

Mesmo com a adoção do orçamento, muitas pessoas e famílias não conseguem conduzir bem suas finanças. De simples esquecimentos de anotar despesas ou atualizar os dados na planilha a gastos não previstos, compras desnecessárias, etc., inevitavelmente, acabamos caindo nas mesmas ciladas de sempre: não anotar na hora algum desembolso e esquecê-lo. O fato é que o orçamento não está sendo útil no objetivo de cuidar melhor do dinheiro.

Onde estaria o problema? Todos conhecem a historinha do martelo. Um martelo é um martelo, mantendo a sua função, independente de quem o usa. Uma criança pode se machucar se brincar com ele.

Assim, também o orçamento é uma ferramenta que precisa ser corretamente usada e entendida. Conrado Navarro, do site Dinheirama, apontou três pontos que as pessoas costumam negligenciar na condução dos orçamentos o que faz com que eles não deem certo, acabando inclusive em frustrar as expectativas e detonar a ferramenta.

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O primeiro ponto é o senso de urgência. O cuidado com as finanças pessoais ou familiares deve ter prioridade absoluta, ainda mais para quem está em situação complicada. As decisões financeiras e eventuais mudanças de padrão de consumo precisam ser antecipadas com alguns questionamentos: ao usar o cartão de crédito em nova compra, verificar o quanto de seu limite já está comprometido; identificar causas do eventual ou rotineiro esquecimento de pagar contas ou boletos; enganar-se com a promessa de que no próximo mês vai começar a controlar seus gastos; esquecer de atualizar a planilha.

O segundo ponto, apontado por Navarro, é o diálogo. Muitos provedores de famílias vão “empurrando com a barriga” a questão financeira complicada, escondendo de seus parceiros e filhos com idade de entender  eventuais problemas até chegar num ponto crítico, como o arresto do carro por falta de pagamento das prestações. Neste momento, em que deveria existir um diálogo respeitoso e humilde para ouvir, interpretar, opinar e decidir o que pode ser feito, geralmente as pessoas costumam apontar o dedo, culpando alguém pelos problemas. O diálogo franco e honesto pressupõe interesses e sonhos individuais e comuns, que façam sentido e, principalmente, acompanhado de compromisso e ação.

O terceiro ponto, lembrado por Navarro, é a liderança do processo. Muitas vezes, pais ou responsáveis, numa falsa atitude de se comportarem “politicamente corretos”, acabam se acomodando, na esperança de que as coisas, em algum momento, vão melhorar. Mas, raramente algum problema se resolve sozinho. Alguém tem que assumir as rédeas e nada mais natural de que seja quem é o responsáveis pelas contas, despesas e receitas da família.

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O orçamento é, pois, apenas uma ferramenta para auxiliar na administração das finanças pessoais e familiares. Isso significa que uma vida financeira de sucesso depende mais do comportamento e do autocontrole da pessoa do que dos conhecimentos técnicos que ela possa ter sobre finanças pessoais. Muitas vezes, a pessoa preparou e segue um orçamento financeiro, muito bem elaborado e ajustado às suas necessidades e objetivos. Entretanto, basta surgir a  oportunidade de ver e realizar a compra de um bem qualquer, desejado há muito tempo, cujo valor, entretanto, não estava previsto no orçamento, para que todo aquele planejamento financeiro vá por água abaixo.

Uma das causas principais para essa quebra de planejamentos financeiros é que o ser humano tem dificuldades em imaginar-se no futuro. Certamente, é algo que está em nosso DNA, desde nossos ancestrais, que viviam um dia de cada vez. A caça, por exemplo, nos dias mais quentes, teria que ser consumida rapidamente para não se deteriorar. Sua expectativa de vida era baixíssima além de estarem, permanentemente, à mercê de animais predadores e inimigos, não havendo motivos para preocupar-se com o futuro. Esta mesma disposição é replicada ainda hoje pelas pessoas que buscam o prazer imediato. Estudos das ciências comportamentais, que juntam conhecimentos da psicologia, das finanças e da economia, seguem por essa linha de raciocínio.

O primeiro passo, então, para desenvolver o hábito de controlar o orçamento é ter consciência dessas características próprias do ser humano. Depois, aprender conhecimentos relacionados com as finanças pessoais e que são divididos em dois grupos principais:
1º) conhecimento financeiro: saber o que é uma dívida, a poupança, investimentos e consumo consciente; utilizar algumas ferramentas básicas; conhecer produtos financeiros; inteirar-se da tributação prevista em cada produto financeiro;
2º) comportamento: é o conhecimento mais  difícil de ser identificado e aprendido porque mexe com sentimentos e emoções: fazer escolhas que caibam no orçamento; ter paciência e disciplina; pagar a si mesmo antes de qualquer outra conta; estar sempre ligado para identificar as inúmeras situações do dia a dia que permitem desenvolver e treinar o autocontrole; assumir os próprios atos e escolhas financeiras; e, principalmente, eleger sonhos de curto prazo (até um ano), de médio (até dez anos) e de longo prazo (mais de dez anos) que quer realizar e focar, com ações, na sua concretização. 

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