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Cultura

Amor à Flor da Pele será exibido nesta terça pelos Amigos do Cinema

Obra-prima do diretor chinês Wong Kar-Wai, Amor à Flor da Pele é o cartaz de hoje da sessão da Associação dos Amigos do Cinema de Santa Cruz do Sul. O filme será exibido a partir das 20 horas, no auditório da sede do Sindicato dos Bancários (Sindibancários, na Rua Sete de Setembro, 489), com entrada franca. Ambientado na Hong Kong do começo da década de 1960, trata da relação entre o senhor Chow (Tony Leung), editor-chefe de um jornal local, e a sua secretária, Su Li-zhen (Maggie Cheung), que desconfiam que estão sendo traídos pelos seus respectivos cônjuges.

Chow e sua mulher acabaram de se mudar. Li-Zhen e seu marido também. O marido dela trabalha para uma companhia japonesa, o que significa que está frequentemente viajando. A mulher de Chow também fica, muitas vezes, longe de casa. Chow passa muito tempo com Li-zhen. Eles se tornam amigos e, um dia, são forçados a encarar os fatos: seus respectivos parceiros estão realmente tendo um caso.

Inicialmente, as filmagens estavam planejadas para ocorrer em Beijing, na China. Entretanto, as autoridades chinesas exigiram ver o roteiro completo antes de dar a autorização para as filmagens. Como o diretor Wong Kar-Wai nunca utiliza scripts em seus filmes, as filmagens foram transferidas para Macau.

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Na época do lançamento, no Festival de Cannes de 2000, a atriz Maggie Cheung comentou que foram as gravações mais difíceis e cansativas de sua carreira. Como ela disse, cansava-se menos nas cenas de lutas, diversas vezes repetidas, dos filmes de Jackie Chan. Lá ela só comprometia o físico. No filme de Kar-Wai, o comprometimento foi total, emocional. E a rodagem foi longa. Durou nove meses, o tempo de uma gestação, e aí, quando ela achava que estava tudo concluído, o diretor chamou-a para mais uma semana de retakes, que passou de um mês. Depois, outra semana que virou outro mês e assim sucessivamente, até que Amor à Flor da Pele completou 15 meses de rodagem. Isso tem a ver com o método do cineasta. 

Kar-Wai escreve um roteiro detalhado e filma muito. Depois desconstrói o filme na sala de montagem, eliminando cenas, diálogos, concentrando-se só na essência. Suas elipses, o próprio diretor já confessou, ele as constrói na montagem. Por princípio, Maggie não gosta de ver as cenas  antes que o filme fique pronto. Com Kar-Wai, parte das suas atividades diárias era sentar-se com ele e ver e rever os planos já feitos. O diretor analisa o material, estuda as combinações possíveis, vê o que vai eliminar, o que é preciso acrescentar. E, quando necessário (e sempre é), filma de novo. Por essas e outras, vale muito a pena ver.

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