Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Filme

Borg Vs. McEnroe entra em cartaz em Santa Cruz

Quem se liga em tênis sabe tudo sobre aquela final em Wimbledon – o sueco Bjorn Borg disputava seu quinto título, mas o norte-americano John McEnroe estava melhor na fita. Cinco match points e a vitória no tie break e, assim mesmo, McEnroe não chegou lá. Para o público, que já transformou o filme que entra nesta quinta-feira em cartaz no Cine Max Shopping num sucesso, a pergunta inevitável é – como fazer suspense sobre um desfecho conhecido?

Há controvérsia, claro, mas Borg Vs. McEnroe é um dos grandes filmes recentes sobre esporte, e não apenas tênis. Para cinéfilos, a rivalidade entre o sueco e o norte-americano talvez faça lembrar a traçada em Rush – No Limite da Emoção, de Ron Howard. O inglês James Hunt e o austríaco Niki Lauda fazendo história nas pistas da Fórmula 1. À maneira de McEnroe e Borg, eram fogo e gelo. 

Janus Metz é o diretor de Borg Vs. McEnroe e ele embasa seu suspense num estudo de personagens. Borg, na infância, era um menino rebelde. Foi resgatado por seu instrutor, Lennart Bergelin. McEnroe era um geniozinho da matemática, mas dá para sentir a pressão que sofre do pai. Podem o gelo e o fogo se equiparar? Na versão de Metz, sim. Borg faz um pacto com seu mentor. Por dentro, ele pode estar ardendo, se consumindo, mas aprende a se controlar. O vulcão se torna gelado. McEnroe, inversamente, exterioriza tudo – tudo o que ele contém. Essa história é muito bem conduzida e interpretada, de ambos os lados. É o que permite a Metz construir o suspense.

Publicidade

Borg é competitivo. Quer ser o melhor – quer o quinto título. As provocações de McEnroe o desestabilizam e, pela primeira vez, ele perde o (auto) controle na quadra. Começa a errar, a entregar o jogo. Um, dois, quatro, cinco match points de mão beijada para o oponente. O público, a noiva e o instrutor veem o grande Borg desmoronar. Tudo isso cria a tensão. O suspense vem com a virada, quando Borg, de novo, passa a controlar suas emoções. A partir daí, Metz é senhor da sua narrativa e faz um grande filme.

No entanto, ele deve muito a seus atores. Sverrir Gudnason pode ter sido escolhido por sua semelhança com Borg, mas ele tem também o temperamento. Shia LaBeouf não se assemelha em nada ao biografado, mas você vai jurar que ele nasceu para fazer esse papel. E o ator que faz o instrutor de Borg, Stellan Skarsgaard, pode até não ser indicado para o Oscar de coadjuvante, mas não só deveria ser como teria de ganhar. Ele é genial. 

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.