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O pêndulo do relógio

Santa Cruz da esperança

Setembro, multicolorido, bate o pique em seu 14° dia. Hoje, a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz. Data especial nesta rota germânica de memórias de Fritz e Fridas especialistas em sofrimento; até terem criado raízes nestas terras rio-grandenses. Domingo passado foi a procissão, na diocese. A primeira de muitas – se Deus quiser – sob a liderança de Dom Aloísio Dilli, OFM. E que Deus abençoe Dom Sinésio Bohn, nosso bispo emérito, aniversariante do dia 11 passado. Vida longa é sempre uma festa.

Podemos trafegar por todas as estradas do conhecimento humano e da fé, ou por outras veredas. Tanto faz. Mas uma coisa é certa. Nós, que vivemos sob o sol e a chuva, sempre mergulhamos em dias e noites de sofrimento. Coisa inelutável.

E é isso que essa santa celebração ressalta. Faz-nos meditar sobre as dores humanas e as cruzes do dia a dia. Recordando-nos, também, dos que partiram desta vida. Meditamos sobre a saga de um povo que conheceu de perto o significado da dor. Gente hebreia, paradigma na história da salvação.

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E também refletimos sobre a Cruz do Cristo. Em processos ilegais, na calada da noite… A primeira leitura escolhida pela liturgia é retirada de Números (21,4-9). Livro importante para o judaísmo. Compõe os textos da Torá, que os cristãos denominam de Pentateuco.

A saga de uma gente guerreira e de cabeça duríssima. Abatida no deserto por cobras peçonhentas. Mas que, se contemplasse a serpente de bronze, não pereceria… Todos nós, sobreviventes, de cabeças duríssimas, lutamos ávidos por um sentido. Que jamais chegará – tenho certeza – senão como dom que venha do alto. Dê-se o nome que se deseje atribuir. Prefiro Infinita Surpresa.

É a fé que toca adiante. A Exaltação da Santa Cruz, mais do que a tomada de consciência sobre o massacre do Cristo, deve ser contemplada como a preparação à Páscoa. “Pessach”, em hebraico. Passagem. A cruz é símbolo de libertação. Do jugo para a liberdade: a festa da esperança.

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Hoje é aniversário de morte de Dante Alighieri. O poeta maior do idioma italiano. Soube como ninguém o significado da injustiça. Motivada pelo despeito, pela inveja… As paixões humanas expulsaram o autor de a “Divina Comédia” de sua amada Florença. Os parentes o abandonaram… Morreu em Ravena, a genial terra da arte mosaica.  O afastamento da “pátria” libertou-o para a condição de um dos maiores pensadores de todos os tempos.

Nosso País carrega cruzes pesadas. O sofrimento de quem é excluído do conceito de cidadania e se recusa a pensar. Pairam divisões e imaturidade. E o Brasil precisa libertar-se, minha gente. Carregar a própria cruz de esperança e libertação.  E erguer-se. Imergir na certeza abrasadora de que é possível desenhar uma alvissareira História verde e amarela.

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