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O pêndulo do relógio

O 21 de junho

Hoje é o Dia Internacional do Aperto de Mão. Já pensaram que coisa legal? Gesto que começa pela ideia de que todo ser humano é digno de respeito. Coisa delicada neste patropi contemporâneo de delações premiadas e cara de pau festejada.

Por estas e aquelas, o Pêndulo do Relógio – mano velho de guerra – também me deu aquele abraço gostoso. De tapinha nas costas. Coisa tão brasileira. Como o samba e o gingado só nosso.

Hoje – já bem pertinho do “São João” – também é o Dia da Música. A arte que revela em nós a centelha imortal que jamais se apaga. O que seria do Brasil em tempos tão assustadores de deslavada imoralidade cidadã, se não fosse a divina Arte? Apesar dos pesares, continuamos cantando para valer. E bem. O que temos de excelente em nossas almas verde-amarelas.

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Continuaremos a cantar e a apertar as mãos do próximo. Nada mais sublime do que a relação afetiva entre seres humanos; inefável reflexo da amizade que temos pelo nosso Criador: o  maior Amigo de todos os amigos. 

Na Bíblia, considera-se a amizade como a forma mais perfeita do amor gratuito, caracterizada pela participação e solidariedade incondicionais. A amizade de Lídia, Prisca e Aquila pelo apóstolo Paulo é um forte  exemplo disso. 

Santa Teresinha, a incrível francesa que partiu para a Jerusalém celeste aos quase 25 anos para lá de maduros, auxiliada por sua fé e orações, teve aquilo que chamamos  de  “insight”.  Como carmelita na vida contemplativa de estrita clausura, compreendeu que seu caminho missionário na Igreja – “sua Mãe” – seria o amor. A amizade até as últimas consequências. 

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A liturgia cristã, por exemplo, pode ser percebida como a expressão mística de louvor que se caracteriza pela profunda amizade com o Deus da vida que é Pai, Filho e Espírito Santo. Nas religiões, em geral, o aperto de mão e o abraço são gestos de profunda reflexão teológica. Ao abraçar o outro, abraço o sagrado que existe no outro e vice-versa. É gesto de paz de que tantos precisamos em tempos de “viva quem vence a qualquer delação”. 

Aperto de mão e música nos fazem pensar em paz. Que poderá nascer após o cordial e pacífico cumprimento de um simples aperto de mão; um gesto de acolhida dispensador de palavras. Olhando para o amigo que nos conhece e ao mesmo tempo nos deixando contemplar,  o silêncio se torna eloquente. 

A liturgia pós Concílio Vaticano II restaurou o abraço da paz. E esse gesto que se torna sublime – conscientização de que o outro é nosso irmão e templo do sagrado – pode também ser algo constrangedor, caso reduzido a frio aperto de mão e o desviar dos olhos…

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Feliz Dia do Aperto de Mão!  Que seja um dia musical. E que todos nos abracemos e deixemos abraçar pela vida. Com carinho e calor. O viver sob o sol só nos garante uma certeza. Fora do amor, do Infinito – da Caridade – não existem certezas, minha gente.

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