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Happy Hour

As férias das mulheres da casa

As minhas duas filhas, Jana e Carol, e minha esposa, Lizete, saíram de férias. Nada mais justo que descansem longe de casa. Garopaba e Vitória (ES) foram os destinos. Todos os anos, Lizete faz uma viagem de recreio com suas irmãs cajazeiras, apelido com que carinhosamente denomino as sete. Adoram conviver juntas. Brincam e se divertem. As irmãs levaram amigas e a sobrinha. Abriram a exceção para um cunhado, único homem admitido por elas. No aeroporto, as sete ficavam de olho vivo para que não se perdesse nos corredores. Houve alguns deslizes do distraído viajante, mas nada grave.

As filhas e a esposa decidiram que eu cuidaria da casa e dos cachorros. A Mili, uma yorkshire, é criada com muito cuidado, e o Cachorrão, sem raça definida, cuida do pátio – tenho minhas dúvidas sobre sua eficácia nessa incumbência. Antes de ser castrado, até que tinha alguma serventia. Não tenho nada a ver com a castração do bicho. Ordem expressa das mulheres, que não estavam contentes com os instintos sexuais do cachorro, que vivia pulando a cerca atrás de uma cadela no cio. Nos dias atuais, já visualizei o animal brincando com um gato invasor da vizinhança. Tornou-se inofensivo. Antes de viajar, a minha filha mais nova deixou um extenso bilhete com as recomendações dos cuidados que deveria ter com os animais. Escreveu
as ordens enumeradas em uma folha de almaço. A Mili mereceu meia página e Cachorrão só algumas linhas. Só um exemplo da disparidade do tratamento dado aos dois: a yorkshire recebe alimentação duas vezes por dia
e tem uma troca de água diariamente, enquanto o guarda do pátio
recebe comida só ao meio-dia. Também me ensinou que o lixo passa em dias alternados, iniciando na segunda-feira.

Na memorável noite de Avenida e Corinthians, cheguei em casa quase à meia-noite. A Mili não veio me receber na porta. Sempre fazia festa com a minha chegada. Estranhei e fui procurála. Chamei diversas vezes e nem um sinal da cachorrinha. Fiquei apreensivo. Depois de muitas tentativas de avistá-la, encontrei-a deitada sob o balcão da cozinha, pertinho do fogão. Tentei pegá-la e quase me mordeu.

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Nervoso, pensei o pior: está doente em fase terminal? Não seria justo acontecer logo sob meus cuidados algo tão terrível. Não me perdoariam. Seria um trauma que levaria até meus últimos dias. Desesperado, pedi orientação via Whats. Minha filha poderia me orientar. Respondeu que desse alguns pedaços de carne para verificar se ela estava bem. Em alguns segundos devorou a carne. Menos mal, pensei. Mais tranquilo, fui dormir. No outro dia, a Mili saiu do esconderijo e a esposa voltou. Que alívio! Não vou mais aceitar tão árdua missão. Na próxima vez, irei colocar a pet na creche. Pelo menos pode brincar durante o dia com suas coleguinhas. À noite estará cansada e feliz!

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