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A Aliança Cathólica e a Mitra

Vou aproveitar o meu espaço como colunista deste importante jornal para falar de assunto que me incomoda há tempo. Sou associado da Aliança desde 1968. Sempre colaborei com a sociedade, trabalhando e me dedicando em diversas funções. Onze anos só na presidência.

Em 1896 a Igreja Cathólica precisava de um local em que os paroquianos, que vinham das diversas localidades às missas dominicais, confraternizassem e trocassem suas mercadorias entre si. Atavam seus cavalos e paravam suas carroças no imenso pátio pertencente à igreja.

Resolveram construir um clube só para católicos. Até o arcebispo de Porto Alegre veio aqui para lançar a sua pedra fundamental. Os paroquianos realizaram uma grande festa para recepcionar o arcebispo e levantar fundos para a construção da Aliança. Finalmente o grande rebanho católico poderia ter seu lugar para extravasar suas alegrias nos bailes, exclusivamente frequentada por eles, e só eram aceitos aqueles que comungavam da mesma religião.

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Nesse breve relato, quero demonstrar o profundo respeito e lealdade entre as duas entidades ao longo dos tempos. Tudo era feito no fio do bigode. Prova disso foi quando precisamos construir as quadras de bolão. A Mitra nos cedeu um pedaço de terreno e, em troca, doamos uma parte do nosso. O nosso querido padre Pretto, inesquecível cura da Catedral, amigo da Aliança, e o desembargador dr. Hélio Werlang autorizaram o clube a adaptar a escada de emergência que dá para o pátio lateral do templo, antiga exigência dos Bombeiros. Graças a Deus, jamais foi usada.

A desavença entre a diretoria e conselho da paróquia se iniciou há pouco tempo. Fizemos diversas reuniões, onde não nos foi permitido o diálogo. Era lido o parecer do Conselho que negava o uso da escada. Não poderíamos salvar as pessoas no seu pátio. Tentamos conversar com o bispo. Éramos barrados na sala de espera. Só queríamos ter a oportunidade de contar nossa história de ligação fraterna e carinhosa com a Igreja. Infelizmente, olharam somente as leis dos homens.

Gostaríamos que o diálogo realmente acontecesse entre as partes. Deixemos as questiúnculas legais de lado. O pátio cercado é a causa da negativa. A Aliança está aberta para acharmos as soluções. Poderemos descomplicar algo simples. Vamos abrir os portões que fecham nossos canais de comunicação para a busca do entendimento.

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O clube gostaria de continuar umbilicalmente unido à igreja. Hoje a recíproca não é verdadeira. O bom-senso deveria voltar a reinar. A opinião pública está do nosso lado. Cuidado com o andor: o santo é de barro! Os homens passam, mas a linda História contada ao longo de 123 anos entre Igreja e Aliança, fica.

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