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Happy hour

Viagem a Vancouver, Canadá

Eu e meu filho, Gustavo, viajamos a Vancouver devido à premiação da Liberty Seguros. Apesar de apenas cinco dias de convívio, notamos profundas diferenças com o Brasil. A grande Vancouver tem em torno de 2,5 milhões de habitantes. Cada bairro é um novo município que surge.

O estouro de novas construções e o progresso coincidiu com a vinda dos chineses para a cidade. Hoje é comum ver seus descendentes se misturarem com a população local. Meu filho descobriu uma ex-colega do Educar-se que casou e mora no Canadá e fez alguns questionamentos de como os canadenses encaram a vida e as suas leis. Eis o relato:
“Não pode tudo, não. Não podemos ter tudo para termos um país civilizado e justo. É essencial que se entendam as razões pelas quais temos o que temos no primeiro mundo e porque não temos algumas coisas. Perdemos coisas e ganhamos outras, que são essenciais para qualquer sociedade.

Não tem paquera, mas também não tem assédio. Não pode beber nas ruas, mas não tem baderna. Não tem toque, abraço, aperto, mas tem “personal space”. Não tem o bom humor brasileiro, mas não tem piadinha de mau gosto. Não tem intimidade fácil, mas tem respeito à privacidade. Não tem décimo terceiro, vale-transporte, FGTS, mas tem emprego pra todo mundo. Não pode usar perfume em muitos locais, mas muitas pessoas respiram melhor sem alergias. Não pode ultrapassar a capacidade do ônibus, que muitas vezes nem parece tão lotado, podia até subir mais um, mas ninguém se sente bem em uma lata de sardinha.

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Cachorros devem ser treinados para não latir, mas há paz e silêncio nos condomínios. Para nós, enquanto muitas coisas são politicamente corretas, para eles já são parte da educação diária. Então há menos bullying e menos agressividade, principalmente nas redes sociais. Festas têm hora para acabar, mas a gente pode se programar melhor por conta disso. A pontualidade é britânica e não são tolerados atrasos, mas se algo começa às oito da manhã, oito da manhã todos estarão lá (mesmo).

Algumas coisas e pessoas são inflexíveis, mas isso gera a segurança que tudo vai acontecer como planejado. Comemos rápido, em meia hora de almoço sem graça, muitas vezes sem socializar, mas saímos às cinco da tarde. Os hospitais muitas vezes são cheios e o sistema é diferente, mas a saúde é pública, baratíssima e para todos de forma igualitária.
As baladas fecham cedo, mas os jovens estão mais seguros. Os impostos são altos, mas a gente vê, ouve, vive e sente, todos os dias, em todos os aspectos da vida pública, os retornos. O garçom é chato e não te deixa beber mais do que deveria, mas os efeitos do álcool são responsabilidade de todos. Não, não pode tudo. Só assim exercemos cidadania de verdade.”

Fala com a experiência de ter nascido no Brasil.

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