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Projeto

Votação escolhe representantes de cidade-escola em Santa Cruz

O sentimento era de expectativa no Colégio Marista São Luís na manhã desta sexta-feira, 11. Isto porque os alunos participavam de um importante ato de democracia: a votação. Eles elegiam, através da urna eletrônica, os próximos governantes da Escola da Vida, projeto do educandário que busca o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes, que saibam o seu papel na comunidade. Os 42 candidatos aos poderes Executivo (16) e Legislativo (26) eram voluntários, todos com o mesmo objetivo: desenvolver o protagonismo juvenil. A votação vai até as 17 horas.

A cidade-laboratório, criada a partir do planejamento estratégico da escola, pretende integrar os alunos na colocação de atividades da sala de aula em prática. “Queremos desenvolver a cidadania, com a interação entre os conteúdos e a cidade”, explica o vice-diretor do colégio, Anderson dos Santos. O primeiro passo do projeto foi a realização de uma assembleia geral, quando foi criada a Lei Orgânica da Escola da Vida.


Vice-diretor Anderson dos Santos: “projeto traz a possibilidade de experiências” | Foto: Bruno Pedry

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A partir deste momento, os alunos participaram de palestras com representantes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), para que entendessem os cargos e funções de cada esfera pública. No dia 12 de julho, foi realizado um concurso com os alunos que haviam se candidatado aos cargos do Judiciário. Através das análises dos alunos sobre cotas raciais, foram escolhidos os cinco juízes. Eles comandaram a eleição realizada durante esta sexta, já desenvolvendo as atividades judiciárias.

Através de uma parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TER), foi disponibiliza aos alunos uma urna eletrônica, com os cadastros de cada estudante concorrente no pleito. A sensação de votação era real, como cidadãos da Escola da Vida. “Precisamos avaliar e escolher as melhores propostas, assim podemos mudar tudo com o nosso voto”, afirmou a aluna do 7º ano, Ana Luíza Helfer, de 12 anos. Importante também no exercício da cidadania é a “liberdade para que os alunos sejam quem eles são”, segundo a aluna do 9º ano, Maria Eduarda Rodrigues Agnes, de 14 anos.


Maria Eduarda se candidatou ao Poder Legislativo | Foto: Bruno Pedry

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Ela, que se candidatou ao cargo de vereadora, afirma sempre ter gostado de política e ter interesse no assunto. “Eu quero que todos os alunos possam ser destaque nas áreas em que eles são bons”, ressaltou. O pensamento de Maria Eduarda é compartilhado com o aluno do 7º ano, Henrique José dos Santos Correa. “Esse protagonismo muda o futuro dos estudantes”, afirmou o menino de 13 anos.

Única representante feminina no grupo de concorrentes pela Prefeitura da cidade-escola, Manoela Zanotelli Haas, de 13 anos, acredita que a representatividade da mulher deveria ser maior na política. “O projeto é para fazer mudanças, é para sermos melhores pessoas e cidadãos brasileiros”, complementa a aluna do 8º ano. Diferente de Manoela, Emily Vitória Uflacker, aluna do 7º ano, decidiu concorrer ao cargo no Poder Legislativo. “Eu acho que os alunos têm que dar opinião, temos que fazer a escola ficar com a cara dos estudantes”, afirmou a menina de 13 anos. “Aqui tem que ser como a casa dos alunos, onde eles se sintam bem.”


Manoela Haas: “representatividade feminina na política” | Foto: Bruno Pedry

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A liberdade também é importante para o aluno do 8º ano, Henrique de Barros Barreto, de 13 anos. Ele acredita que fazer parte de um grupo é muito importante. “Desde cedo, é bom aprendermos a votar com seriedade”, comenta o possível vereador. O candidato à vice-prefeitura, João Vitor Gessinger, conta que os pais ficaram impressionados com a candidatura do filho, de 14 anos. “Eu sempre acredito que é melhor agir do que ficar esperando, então é importante aprendermos a ser cidadãos melhores para o futuro”, explica.

Para os cargos do Judiciário, ficou estabelecido que seriam escolhidos alunos do Ensino Médio, como Guilherme Schoeninger, que organizava as turmas durante a manhã para as votações. “O protagonismo jovem é inovador e necessário. Organizando uma sociedade assim podemos preparar o jovem para ser cidadão”, afirmou o juiz, estudante do 3º ano. “Esta é a prova de que nossas atitudes políticas têm consequências”, completou.

Após o primeiro passo da Escola da Vida, a próxima etapa é a construção de empresas e associações. As instituições vão trabalhar aspectos aprendidos na educação integrada da escola, como reciclagem, levando as áreas de conhecimento em consideração. “Queremos que eles tomem um posicionamento na construção de um mundo melhor”, afirmou o vice-diretor Anderson. “Todos eles estão orgulhosos de fazer parte de um projeto que vão poder conduzir, que vai abordar todas as práticas e resolver problemas”, completou a orientadora educacional do colégio, Claudia Simone Machado.

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“Eles querem aprender a fazer política do jeito certo”, finaliza a orientadora. E isto, os alunos do Marista São Luís estão aprendendo na prática. O voto consciente, a análise de propostas, a participação ativa na política e a diferença que podem fazer na sociedade são aprendizados que levarão para fora das salas de aula. Os muros da escola não serão barreiras para a educação destes pequenos cidadãos da Escola da Vida.

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