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Vida real

O Mindinho amigo de todos

Enquanto caminha em uma das ruas de chão batido do Bairro Progresso, o menino é abordado e identifica-se pelo nome de Hendrio. “Vocês querem falar com o Mindinho? Eu sei onde ele mora”, diz o menino, que sai em disparada e desaparece em uma das residências perto dali. 

Seu Pita, 53 anos, observa o que se passa e logo intervém, também querendo ajudar. Explica que está ali porque cuida da casa da tia Vilma. “Ela foi pro centro”, explica-se o sujeito. Depois comenta sobre aquela manhã de sol quente, pergunta sobre as notícias boas e ruins e então começa a descrever o amigo. “O Mindinho é muito parceiro. E todo mundo gosta dele”, comenta, enquanto gira o boné para um lado e outro. É quando se aproxima o próprio Mindinho. “E aí, beleza?”, diz o rapaz. “Esse é o cara que fez o gol nunca mais visto nas redondezas. Todo mundo fala do gol que ele fez num jogo, lá em Capão da Cruz, há muitos anos. Não é verdade, Mindinho?!” Ele confirma. “Esse cabra é gente boa, até quando bebe não incomoda ninguém”, continua seu Pita. Rente ao muro, chama atenção a sequência de cinco mudas de árvores. Quem plantou? Mindinho. “Esse guri é caprichoso mesmo”, brinca seu Pita, mais uma vez fazendo papel de porta-voz. 

A convite de Sandro Carvalho da Silva, o Mindinho, retorna-se à casa dele porque lá é dona Lourdes quem nos espera.  “Essa é minha mãe, e essa é Aninha, minha sobrinha”, apresenta ele. O rapaz se acomoda em um dos assentos improvisados. A mãe, de pé na porta o tempo todo, é quem fala dos sonhos do filho. 

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SONHOS

Mindinho, desde a infância, era muito conhecido no lugar por ser um craque no futebol. Era habilidoso e veloz. Aprendeu a jogar de pés descalços em meio às lavouras de arroz que haviam por ali. Ele mesmo, com a ajuda de amigos, com enxada e picão, fez um campinho. 

Na adolescência, quando no auge de sua carreira amadora no futebol, foi convidado para jogar em times paulistas. “Era pra ir no Palmeiras ou no Santos. E depois me ‘anojei’ por não dar certo”, recorda. Na época, por questões familiares, não foi possível. “Essa é a grande tristeza dele”, revela a mãe, enquanto se abana pelo calor da manhã. 

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Agora, Mindinho, o amigo de todos, vive de fazer serviços gerais, como limpeza de pátios e como servente de pedreiro. Mas ele tem um grande sonho. “Quando vejo essa gurizada por aí, queria muito criar uma escolinha de futebol. Mas aqui na vila não temos campo, o mais próximo é no Rauber ou lá no Flamengo”, lamenta ele.

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