Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

10 anos

Torcedor santa-cruzense relembra o drama da Batalha dos Aflitos

O dia 26 de novembro é especial para o santa-cruzense Solismar Ribeiro, de 40 anos, agenciador de seguros. Assim como para todo torcedor gremista. Em 2005, o clube gaúcho foi campeão brasileiro da Série B após a partida conhecida como Batalha dos Aflitos.

Solismar esteve no duelo decisivo em Recife, juntamente com outros 1,5 mil visitantes, recebidos com hostilidade pelos 28 mil apoiadores do Náutico. Os que estavam no estádio e quem acompanhava pela televisão não poderiam imaginar que aquela seria uma tarde histórica.
 

Publicidade

O ingresso da partida ficou guardado como relíquia
Foto: Portal Gaz/João Cléber Caramez

“O jogo era nervoso, o acesso estava em jogo. O Náutico perdeu um pênalti no primeiro tempo [o lateral-direito Bruno Carvalho acertou a trave direita]. A pressão era muito grande, eram empurrados pela torcida. No segundo tempo, o Escalona [lateral-esquerdo do Grêmio] foi expulso aos 30 minutos. Dificultou ainda mais”, relata.

E o pior estava por vir. Aos 35 minutos, o árbitro Djalma Beltrame marcou pênalti inexistente a favor do Náutico. Ademar tentou o cruzamento para a área e a bola bateu no cotovelo direito de Nunes. Os jogadores do Grêmio cercaram o árbitro e chegaram a agredi-lo em determinados momentos. A Polícia Militar foi acionada. Patrício, Nunes e Domingos foram expulsos na confusão que durou 25 minutos.
 

Publicidade

Em entrevista posterior, o lateral Ademar afirmou que Danilo Cruz seria o cobrador do pênalti. Mas, uma indecisão geral, inclusive do técnico Roberto Cavalo, fez o próprio Ademar assumir a responsabilidade. Ele bateu de canhota no canto esquerdo e Galatto defendeu com o joelho direito. No decorrer da jogada, o escanteio foi cobrado e a defesa afastou. Anderson partiu em contra-ataque pela esquerda e foi derrubado por Batata, que recebeu cartão vermelho. Marcelo Costa bateu a falta, Anderson escapou sem marcação e deu um tapa de perna esquerda para encobrir o goleiro Rodolpho e balançar a rede. Uma reviravolta inacreditável. Os torcedores do Timbu começaram a deixar os Aflitos, incrédulos.

“Eu nem vi o gol. Ainda estava vibrando com a defesa do Galatto. A gente ouvia a festa no Arruda, eles já comemoravam o título [na outra partida, a poucos quilômetros, o Santa Cruz havia vencido a Portuguesa por 2 a 1]. Não dava para acreditar o que tinha acontecido”, conta Ribeiro. O apito final aconteceu aos 70 minutos, para festa dos gremistas nos Aflitos e à distância.

Publicidade

Na época, Solismar cumpriu uma promessa e pintou o cabelo de azul. O fato foi registrado em reportagem da Gazeta do Sul. Ele guarda a página do jornal em um quadro, como o ingresso da partida. O Grêmio passou a ser denominado como “Imortal Tricolor” e a Batalha dos Aflitos se transformou em DVD. “Eu acredito que o Grêmio estaria até hoje na Série B se não tivesse conseguido o acesso naquela oportunidade. No ano seguinte, conseguimos vaga na Libertadores pelo Brasileiro e fomos vice-campeões da América em 2007. A Batalha dos Aflitos representou uma virada na história do Grêmio”, finaliza.
 

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.