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A história do lajeadense que jogou ao lado de Pelé

Foto: Arquivo Pessoal

Lairton Giovanella (segundo à esquerda, agachado) no Santos, que tinha em Pelé o seu grande astro, no começo da década de 1970

Um atleta que atuou em campo ao lado do Rei Pelé tem sua história para sempre ligada a Santa Cruz do Sul. Centroavante nascido em Lajeado, Lairton José Giovanella hoje tem 72 anos e conduz rotina entre Saquarema e o Rio de Janeiro, distantes cerca de 120 quilômetros uma da outra. Apesar da carreira relativamente curta, de 11 anos, o atleta conseguiu destaque no Esportivo, de Bento Gonçalves, o que o conduziu ao Santos. Já no Grêmio viveu os momentos derradeiros dentro do gramado junto a grandes clubes. A despedida aconteceu na Associação Santa-cruzense de Futebol, na cidade onde havia morado em 1969 para jogar no Avenida, e onde permaneceu por 13 anos após pendurar as chuteiras, gerenciando um hotel, juntamente com o sogro.

Lairton começou no Lajeadense, em sua terra natal. Depois, passou pelo extinto São José, também de Lajeado. Em 1965, foi negociado com o Flamengo de Caxias do Sul. Na sequência, disputou temporada pelo Pelotas e chegou a Santa Cruz em 1969 para atuar no Avenida. No ano seguinte transferiu-se para o Esportivo. Em 1971, após ter sido artilheiro do Campeonato Gaúcho, foi cedido por empréstimo ao Santos. O detalhe é que Pelé defendia o clube naquela época, após ter comandado a Seleção Brasileira na conquista do tri mundial, um ano antes, no México. Posteriormente, entre 1972 e 1974, Lairton foi jogador do Grêmio, onde encerrou a carreira, aos 26 anos.

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Sartori, Ademir Galo, Adauto, Jara, Derly e João Carlos são atletas de que Lairton recorda do tempo em que defendeu o Avenida. Pelo Esportivo, em 18 de abril de 1971, Lairton fez história na Montanha dos Vinhedos ao balançar a rede quatro vezes na vitória por 5 a 2 sobre o Grêmio, que sustentava 25 jogos de invencibilidade. As boas atuações no Estadual chamaram a atenção de um clube grande. No Santos, Lairton disputou 10 partidas e marcou cinco gols na temporada de 1971, ano do primeiro Campeonato Brasileiro, vencido pelo Atlético Mineiro.

Fazer parte de um elenco estrelado do Santos foi marcante na breve carreira do centroavante lajeadense. “Joguei com Clodoaldo, Edu, Pelé. Aquela turma toda que marcou época no futebol brasileiro. É motivo de muito orgulho”, salienta. “Eram sete jogadores da Seleção Brasileira e outros dois da Argentina”, ressalta. Sobre a relação com Pelé, Lairton diz que o maior craque da história era de ótima convivência. “Era muito tranquilo e toda pessoa que chegava ele tratava muito bem”, enfatiza. No vestiário, cita, Pelé gostava de cantar “Sozinho não sou ninguém / Agradeço a você também / Você que me incentivou / Você que me criticou.” Na chegada ao Peixe, Lairton foi relacionado para um amistoso em Caracas, contra o Boca Juniors. “Ganhamos de 3 a 0. Marquei um dos gols, o Pelé fez outro e o Nenê completou o placar”, relata.

O Avenida, no qual jogou em 1969: morou por 13 anos na cidade

No Grêmio, Lairton atuou em 52 jogos e marcou seis gols. Foi o encerramento da carreira. O último ato foram quatro meses na Associação Santa-Cruzense de Futebol, em 1974, quando Avenida e Santa Cruz fundiram-se por quatro anos. O técnico era Daltro Menezes. “Me destaquei no Esportivo, e foi o máximo jogar no Santos e no Grêmio. Eu era jovem quando parei. Mas não foi por lesão ou algo assim. Não houve acerto financeiro para seguir no Grêmio e resolvi que não queria mais jogar”, detalha.

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Os tempos de Grêmio

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Em Santa Cruz, foi presidente de clube e gerente de hotel

Em Santa Cruz, entre 1981 e 1982 Lairton presidiu o Esporte Clube Corinthians, e durante 13 anos auxiliou o sogro, Heimbert Höerbe, na administração do Hotel Girassol, que atualmente é o Cithos Hotel, na Rua Fernando Abott. Antes ainda, o estabelecimento era Hotel Brasil. “A minha esposa, Noeli Höerbe, é natural de Agudo. Mas ela viveu desde pequena em Santa Cruz. Quando o meu sogro decidiu adquirir o hotel, ela ainda era criança”, explica.

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Ele e a esposa foram para Recife na sequência, onde viveram por dois anos. Logo depois, decidiram ir para o Rio de Janeiro. Lairton comprou uma área em Saquarema, na região dos Lagos, e investiu na instalação de uma pousada. Atualmente, tem duas pousadas na Capital Brasileira do Surfe.

De Santa Cruz do Sul, Lairton diz manter boas recordações. “Lembro dos bons momentos que vivi e de todos os amigos que deixei nesta cidade maravilhosa, onde conheci minha esposa e companheira há 50 anos”, resume. Três dos quatro filhos de Lairton também são santa-cruzenses. Apenas o mais velho, Lairton Giovanella Júnior, nasceu em Bento Gonçalves – tem 48 anos e é sócio e trabalha na Pousada Laje de Itaúna. Já Christiano Giovanella, nascido em Santa Cruz, tem 45 anos e possui uma hamburgueria; Patrícia Giovanella, também santa-cruzense, tem 42 anos e é sócia e trabalha na Pousada Solar, de Itaúna; e Marcelo Giovanella, igualmente nascido em Santa Cruz, tem 37 anos, é formado em Computação e também é sócio e trabalha na Pousada Laje, de Itaúna.

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“Era bom jogador”

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Conselheiro e ex-presidente do Avenida, Chico Kopp, de 71 anos, continua com uma relação de amizade com Lairton e a família. “Ele acabou de ser avô. Está muito bem com as pousadas na praia de Itaúna. Junto com a esposa, conheceu 73 países”, comenta. Segundo Chico, o irmão de Lairton, Luiz Flávio, também defendeu o Avenida. “O Lairton se destacou no Esportivo, quando o clube foi o melhor do interior em 1970 e 1971. Era centroavante, bom jogador”, completa.

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