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Falando de dinheiro

Economias que podem custar caro

Em educação financeira, uma das recomendações sempre presentes é a pesquisa de preço. Desde algum item do supermercado até produtos de maior valor, a preocupação é sempre pagar o menor preço.

Mas, um ditado já diz que o barato às vezes pode sair caro. Por exemplo, andar vários quilômetros para aproveitar o preço melhor de alguma coisa sem levar em conta o gasto com o combustível do carro e o próprio tempo dispendido no trânsito.

Sim, é muito importante comparar preços, ainda mais se as mercadorias forem iguais, principalmente em tempos de crise, como o atual. Mas, é preciso levar em conta outras variáveis que podem influir na qualidade de vida do consumidor e evitar despesas maiores. É o que o pós-doutor em Educação Financeira e criador da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, chama de “economia burra”.

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Para evitar entrar “em frias”, Reinaldo lista oito atitudes que podem gerar prejuízos:

1ª – Levar sempre o mais barato: nem sempre é sinônimo de economia, um calçado mais barato, por exemplo, pode estragar mais depressa, além de, em alguns casos, ser desconfortável e até causar danos aos pés;

2ª – Economizar nas coisas erradas: não ter um plano de saúde ou não investir em educação, inclusive financeira;

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3ª – Não investir em segurança: não fazer seguro de vida, da casa e do carro; ou não investir em alarmes e sistemas de proteção para preservar o patrimônio; na verdade, os gastos em itens de segurança visam evitar prejuízos maiores em caso de sinistros ou ações de meliantes;

4ª – Evitar sair de casa: próprio de pessoas “pão-duras” que deixam de compartilhar momentos felizes com familiares, amigos, colegas; não é legal isolar-se, valendo, se for o caso de uma situação financeira mais difícil, ajustar alguma despesa do orçamento para incluir algum gasto extraordinário com lazer;

5ª – Esquecer que tempo é dinheiro: às vezes, compensa pagar um aplicativo ou táxi para garantir chegar mais rápido em algum local ou na hora combinada, principalmente quando não se conhece o itinerário e a característica do trânsito;

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6ª – Aproveitar todas as promoções: prática muito comum, principalmente nas famosas “pague 2, leve 3”; muitas vezes, na oferta da mesma mercadoria em três tamanhos, o preço médio costuma ser mais próximo do grande, o que induz o consumidor a comprar o grande que é o objetivo do fabricante ou lojista, embora o tamanho pequeno fosse suficiente para atender à necessidade e não incorrer em desperdício;

7ª – Contratar pacotes que não vai usar: tv a cabo, planos de celular e planos de academia podem não ser usados, causando apenas prejuízos financeiros;

8ª – Não dar mesada: crianças e jovens podem aprender desde cedo a poupar parte de seu dinheiro, educando-se financeiramente.

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Existem outras formar de ações em que o barato pode sair caro. Não só financeiramente, mas, também, com a saúde e a ética, além de sonegarem impostos e tornarem os seguros mais caros. É comprar produtos contrabandeados, piratas ou, pior ainda, fruto de assaltos a cargas de caminhões, em que, não poucas vezes, os motoristas são assassinados.

Geralmente, as pessoas sabem que estão comprando produtos ilegais, mas algumas talvez desconhecem uma série de riscos em que estão incorrendo. É o que acontece no caso dos medicamentos, maquiagens e bebidas, por exemplo, “batizados” com substâncias como iodo, álcool etílico e até metanol, totalmente nocivas à saúde. Sem falar no carro chefe do contrabando, no Brasil – o cigarro falsificado -, que dá um prejuízo financeiro enorme ao país e aos consumidores, uma vez que os fabricantes utilizam teores impróprios e misturam outros tipos de substâncias nocivas à saúde, como forma de baratear o custo da matéria prima.

As pessoas consomem produtos contrabandeados porque não acham a prática injusta sob o ponto de vista moral, alegando que os produtos legais são muito caros por causa da incidência de impostos. É aquela velha cultura de querer tirar vantagem onde é possível. Mas, quem compra produto pirata, contrabandeado ou roubado não faz ideia do prejuízo para o país, impactando na economia como um todo, além de, às vezes, ter prejudicado pessoas ou até deixar um rastro de morte pelo caminho. O país só vai subir de patamar ético, moral, de justiça quando a consciência do brasileiro mudar.

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