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Recuperação

Refém brasileira de Sydney diz ter 70 estilhaços em cada perna

No quarto privativo do setor de queimados do hospital Royal North Shore, cercada de familiares, Marcia Mikhael, 43, se recupera bem da cirurgia para a retirada de estilhaços de balas e granadas das pernas. Na primeira entrevista desde que foi resgatada do sequestro no Lindt Cafe em Sydney, na Austrália, Marcia conversou com a Folha de S.Paulo e com o portal Terra nesta quarta-feira, 17. “Tenho cerca de 70 estilhaços em cada perna. Muitos foram extraídos, mas talvez os menores não possam ser retirados”, relatou.

A brasileira foi mantida refém por mais de 16 horas em uma cafeteria no Martin Place, o centro financeiro de Sydney. A personal trainer está com as duas pernas enfaixadas até o joelho, depois da cirurgia realizada nesta terça, 16, mas mantém o otimismo em relação às competições de fisiculturismo. “Quero voltar a treinar assim que me recuperar e sair daqui”, declarou, otimista. Marcia se exercita regularmente e ganhou um campeonato mundial na Grécia, no ano passado.

Emocionada, Marcia agradeceu as centenas de mensagens de solidariedade que tem recebido de todas as partes do mundo. “Agradeço a todas as orações e manifestações de carinho das pessoas que rezaram e torceram para que eu saísse de lá com vida. Acho que foi isso que me salvou”, disse. Gerente de projetos de um grande banco, Marcia avisou que ainda não poderia comentar os detalhes do sequestro. “A polícia pediu para a gente manter sigilo por enquanto, com o objetivo de proteger as investigações”, explicou. A polícia já esteve no hospital para conversar com a brasileira.

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Para o irmão Carlos El Khouri, no entanto, ela relatou alguns momentos de horror que viveu dentro do Lindt Cafe. “A moça (Katrina Dawson, 38) morreu ao lado dela”, lamenta. Carlos conta ainda que o sequestrador estava atirando para fora do prédio quando a polícia invadiu a cafeteria, logo após a fuga de um grupo com cinco pessoas. “A polícia matou os reféns”, opinou. Revoltado, Carlos criticou a falta de ação da polícia. “Os policiais não fizeram nada. Ficaram caminhando de um lado para o outro sem tomar nenhuma atitude”, disse o brasileiro, que permaneceu no Martin Place desde os primeiros momentos do sequestro.

Ele chegou a se oferecer como voluntário para levar a bandeira do Estado Islâmico, exigência do iraniano Man Haron Moniz, para dentro do prédio. “A polícia poderia ter usado um atirador de elite para matar o sequestrador, evitando a tragédia que terminou com a morte de duas pessoas”, declarou. A segunda vítima do sequestro foi o gerente da cafeteria Tori Johnson, 34.

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