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Entre o oriente e o ocidente

Longe de Casa: uma candelariense pelos encantos da Turquia

 

Há 12 anos com residência fixa em Izmir, uma das cidades mais populosas da Turquia, a candelariense Cátia Melita Anton Altintas, 34 anos, já entendeu. Não recusa pratos ou lanchinhos oferecidos por moradores de lá e sequer faz desfeita aos convites para tomar um chá. Isso só acontece porque os turcos, segundo a bióloga, são extremamente hospitaleiros e adoram agradar. “Não adianta você dizer que já está satisfeita, eles vão continuar oferecendo”, brinca. Supervisora técnica de agronomia de uma empresa de tabaco, Cátia fixou morada, constituiu família, aprendeu a língua turca – haja dedicação! – e hoje se mostra bem adaptada ao país das cores e da história. Só não abandona o chimarrão, nem o feijão preto.

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É em meio à encruzilhada da Europa e da Ásia que a nossa conterrânea de região observa a diversidade cultural desse território marcado por características do ocidente e oriente em cada virada de esquina. Moderna sem perder as referências do passado. Nacionalista e com expressiva influência islâmica. Receptiva e muito bem preservada. “São muitas diferenças, mas uma das que mais me chamam atenção é a importância da família na escolha do esposo e da esposa. A aceitação dos pais em relação ao casamento tem um grande peso”, salienta. Outra curiosidade diz respeito à bandeira nacional – com os símbolos que representam o islamismo – e a imagem do fundador da república turca, Mustafa Kemal Atatürk, presentes em muitos estabelecimentos. “O povo turco tem muito orgulho de suas raízes.”

Na Turquia, o respeito aos mais velhos também se apresenta como um costume significativo. “Por aqui, as pessoas mais velhas estendem o braço e os mais jovens beijam a mão e a elevam em direção a sua testa, como um sinal de respeito”, lembra Cátia. Os turcos também adoram uma superstição e usam olho turco (aquele símbolo azul) como amuleto. Outra rotina é deixar os sapatos na entrada das casas.


Cátia ao lado de uma árvore onde as pessoas depositam seus pedidos, na cidade de Ephesus.
Foto: Arquivo pessoal.

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Casamento: uma cerimônia que passa por várias etapas

Não é só a forma como os matrimônios são constituídos na Turquia que impressiona a bióloga Cátia. A própria festa de casamento – um ritual cumprido em várias etapas – também. Segundo ela o primeiro momento acontece no pedido de casamento. É a fase em que o noivo pretendido marca um encontro com a família da moça e pede a permissão. 

Depois é a hora da festa de noivado, uma celebração mais discreta paga pela família da noiva. Nessa cerimônia, ao invés de presentes convencionais, muitos convidados costumam dar ouro aos noivos. A terceira etapa é a noite da hena, espécie de despedida para a noiva, em que só mulheres são convocadas. “Além de dançarem com um véu em volta da noiva, há também o momento em que uma das amigas pinta a mão dela de hena.” Por fim, acontece a festa de casamento – desta vez paga pela família do noivo. 

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Com o filho Alp, e sem largar o chimarrão.
Foto: Arquivo pessoal.

Café estendido

Entre os hábitos dos turcos nos fins de semana está o café da manhã estendido. Segundo Cátia, no sábado ou domingo, as famílias escolhem lugares especiais – geralmente à beira-mar ou em localidades do interior – para tomar um café reforçado. Eles respeitam a sazonalidade dos alimentos e consomem aquilo que é da estação. “Há muito azeite de oliva, peixes, e frutos do mar, frutas frescas e secas, hortaliças, legumes, grãos e cereais, iogurtes e queijos e vinho tinto.”

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E já que o assunto é gastronomia, os pratos preferidos da bióloga são o Karnıyarık – pequenas beringelas em formato de canoinhas, recheadas de carne moída – e o yaprak dolması, uma espécie de charutinho de folha de uva, recheado de arroz temperado e feito com azeite de oliva (come-se frio). O país também usa e abusa das especiarias e infinitos tipos de pimentas. Não é à toa que, nos mercadões, o comércio ganha destaque. E por falar em comércio, lá na Turquia esse tipo de negócio é dominado por homens


Um mundo de pimentas disponíveis nos mercadões.

Museu Hagia Sophia

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Há quem diga que Istambul carrega em sua essência uma certa magia. É nesse contexto que Cátia não esquece de citar um dos lugares mais peculiares e emblemáticos que por lá conheceu: o Museu Hagia Sophia. Verdadeira maravilha arquitetônica, o local, que teria sido construído em 325, funcionava como uma igreja, virou uma mesquita e hoje abriga um tesouro nacional. De dimensões monumentais, o edifício exibe mosaicos cristãos e discos gigantes com a caligrafia muçulmana. “A Turquia é uma nação milenar, com uma cultura muito rica e peculiar. Como todos dizem, aqui é magico sim!”

Silêncio

Se você estiver nas ruas da Turquia no dia 10 de novembro, às 9h05, vai perceber de repente um silêncio absoluto. Segundo Cátia, é o momento em que todos param suas atividades, no comércio, nas casas e até mesmo no trânsito, por um minuto. Isso ocorre em respeito ao falecimento do fundador da república turca, Mustafa Atatürk.


Um minuto de silêncio.

Islamismo

Apesar de já ter abrigado muitas religiões, a Turquia hoje tem como crença predominante o islamismo. É por isso que nas mesquistas – o templo sagrado dos muçulmanos – uma oração é emitida através de alto-falantes cinco vezes ao dia. 


Pelas muralhas de Çanakkale.

História Milenar

Cercada pelos mares Negro, Mediterrâneo, Egeu e de Mármara, a Turquia também fascina por ter sido berço das primeiras civilizações: sumérios, seljúcidas, romanos, bizantinos e otomanos. É por isso que o território mais parece um museu a céu aberto. Lembram do cavalo de Troia? Pois é na cidade de Çanakkale que está situada a réplica do monumento, feita especialmente para o filme hollywoodiano. 

Convite a um passeio pela história, o território também apresenta como pano de fundo muralhas construídas em diferentes épocas. que vão de 4.000 a.C. até quase 300 d.C. Entre o oriente e o ocidente, o país também escancara paisagens e recursos naturais para todos os gostos. “São montanhas, vales, cavernas, mares e outras belas formações naturais espalhadas pelo seu território, difíceis de encontrar em outro lugar”, finaliza Cátia.

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