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ECONOMIA

Dólar chega a R$ 4,36 e bate novo recorde histórico

Foto: Agência Brasil

O dólar voltou a fechar em nível recorde, em novo dia de fortalecimento generalizado da moeda americana no mercado internacional. As preocupações com o coronavírus se ampliaram após a gigante de tecnologia Apple alertar que não vai conseguir cumprir metas de vendas por conta dos efeitos na cadeia produtiva de tecnologia.

Bancos seguiram cortando projeções de crescimento este ano da China, da economia mundial e do Brasil. No mercado à vista, o dólar fechou com valorização de 0,65%, a R$ 4,3574. Na máxima, foi a R$ 4,3613.

Em 12 sessões de fevereiro, o dólar caiu somente em quatro, duas delas com leilões extraordinários do Banco Central. Nesta terça a instituição fez somente o leilão de rolagem de swap, vendendo o lote integral de 13 mil contratos.

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“O dólar se fortaleceu quase no mundo todo”, justificou no final da tarde o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacando que a desvalorização cambial não foi acompanhada de piora da percepção do Brasil, como ocorreu em outros momentos.

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O chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, ressalta que o quadro atual na economia brasileira e mundial não favorece o mercado de câmbio: incerteza com os efeitos do coronavírus, juros historicamente baixos e projeções de crescimento do Brasil sendo revisadas para baixo. “Nossa relação risco retorno está cada vez menos atrativa para o investidor estrangeiro”, disse ele. Nesse ambiente, ele destaca que o mercado fica testando o BC, para ver se ele atua.

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Velloni acha que um dólar perto de R$ 4,05 mais seria mais condizente com os fundamentos macroeconômicos do Brasil, mas neste momento de incerteza alta, a moeda não deve voltar para este nível. Nesta terça, o banco francês BNP Paribas reduziu a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para apenas 1,5% este ano e vê a taxa básica de juros caindo para 3,50%. O Citi cortou a estimativa do PIB de 2,2% para 2%.

Os economistas do Citi para o Brasil, Leonardo Porto e Paulo Lopes, afirmam que o impacto mais imediato do coronavírus na atividade brasileira é via redução das exportações. Mas eles não descartam uma potencial redução nos fluxos de capital para os mercados emergentes.

Menos recursos externos e preços mais baixos das commodities devem manter o câmbio pressionado no mercado doméstico, com o dólar devendo terminar o ano em R$ 4,14, prevê o banco americano. “A epidemia do coronavírus pode ter implicações relevantes para o cenário econômico do Brasil.”

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No mercado internacional de moedas, divisas fortes e emergentes seguiram testando mínimas em vários meses ante o dólar. O euro era negociado a 1,07 por dólar no final da tarde, voltando aos menores níveis desde abril de 2017. A moeda australiana atingiu o menor valor em dez anos. O diretor em Nova York de estratégia de moedas da BK Asset Management Boris Schlossberg observa que o alerta da Apple provocou uma onda de aversão ao risco, penalizando as moedas na Ásia, Europa e demais emergentes.

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