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CAMINHOS DO TABACO

Família planta tabaco há meio século na região Centro-Serra

Seu Beno Camillo com os filhos Daniel e Jordão em meio a uma das lavouras de tabaco

Foi na safra 1972/73 que o produtor rural Benno Camillo e sua esposa Sílvia Y Castro Camillo plantaram pela primeira vez tabaco Virgínia em sua propriedade rural na localidade de Vila Serrinha Velha, a 17 quilômetros da sede de Segredo, na região Centro-Serra, nas proximidades de Sobradinho. Na época, ele havia se deparado com uma estufa para secagem das folhas e também com essa variedade em visita a Vera Cruz. Até então, só conhecia e cultivava a variedade para fumo em corda. No primeiro ano, até não teve um resultado tão bom. Mas persistiu, e não demorou a pegar o jeito, como diz, para esse cultivo.

E tanto pegou o jeito que, meio século depois, segue investindo nessa cultura. Mais do que isso: dois de seus filhos, Daniel Y Castro Camillo, 41, e Jordão Y Castro Camillo, 33, aliaram-se ao gosto por plantar tabaco, tendo nessa atividade uma das suas principais fontes de renda. A esposa, dona Sílvia, aposentou-se como professora no Estado e ainda leciona na rede municipal, enquanto seu Beno, aos 73 anos, continua auxiliando nas tarefas de lavoura. Contribui com sua sabedoria para os excelentes retornos que os Camillo têm alcançado em sua propriedade.

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Atualmente, a família se dedica a três atividades que geram receita: duas são ligadas à agricultura e a outra é de cunho cultural, com a exploração da vocação dos irmãos para a música. Há duas décadas, eles são sócios-proprietários da Banda Projeção Nacional, que anima festas e eventos no Estado e até além das fronteiras gaúchas, e ainda assume a sonorização de festividades na região Centro-Serra.

Porém, é na lavoura que as afinidades de todos os membros da família se encontram. Nesta safra, plantaram 72 mil pés de tabaco, que asseguram a principal receita, e em paralelo cultivam 48 hectares de soja, sendo parte em área própria e parte em arrendada. Ao longo dos anos, foram montando uma estrutura impressionante, com as estufas, galpões e maquinários, incluindo uma colheitadeira, para as lavouras de grãos (também milho).

A preocupação com a qualidade da produção é a tônica na fala de seu Beno e na dos seus filhos. O pai comenta que em outras épocas chegavam a plantar volume maior de pés de tabaco, mas concluíram que era preferível cultivar menos e cuidar melhor das plantas e da fertilidade do solo. Esse zelo trouxe retorno bem maior do que o obtido com aumento da lavoura.

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Na soja, na última safra, afetada pela estiagem, conseguiram colher 2 mil sacos. Neste ano, quando o desenvolvimento da cultura é normal, a expectativa é de recuperar as perdas do ciclo anterior. A família Camillo conduz todas as atividades em conjunto e ao final da safra divide entre si o resultado financeiro, sempre fazendo investimentos em melhorias e inovação tecnológica.

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A união familiar em favor do bem de todos

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A família Camillo ocupa uma propriedade e terrenos em localização privilegiada na via principal da Vila Serrinha Velha, em um aprazível vale. Seu Beno e dona Sílvia residem em uma aconchegante propriedade de 45 hectares, na qual, além de tabaco e soja, cultivam todos os produtos de subsistência e criam animais para seu consumo. O filho Jordão e sua esposa Loreni Schieferdecker Camillo, natural de Passa Sete, ao lado do filho Jhordan, de 1 ano e 8 meses, moram junto nesse local.

Já o filho Daniel e sua esposa Inajara Maria de Oliveira Y Castro Camillo, com o filho David, de 6 anos, moram bem próximo, na rua principal. Os outros filhos de seu Beno e dona Sílvia (André, Felipe e Perpétua) residem fora da localidade. Daniel, embora se dedique à agricultura é formado em Direito.

Loreni (e) e Inajara (d) com pai e filhos

Um olhar de produtor

Por Giovane Weber
Produtor de tabaco

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A cada curva do caminho, uma surpresa

Olá pessoal! Tudo bem? Encerramos nessa sexta-feira o roteiro de praticamente uma semana de andanças pelos três Estados do Sul do Brasil para conferir a realidade da produção de tabaco nas pequenas propriedades rurais. Na próxima segunda-feira ainda faremos uma última viagem na expedição deste ano ao Sul do Rio Grande do Sul, para então fechar a sexta edição deste projeto. Até essa sexta-feira, foram cumpridos 2.223 quilômetros. Dessas distâncias percorridas, grande parte era de rodovias asfaltadas. Porém, nossa equipe se desloca orientando-se por GPS, e a cada curva do roteiro que ele propõe não raro surge uma surpresa diante dos olhos. Como essa da foto abaixo, na sexta-feira, quando nos deslocávamos de Campos Novos (SC), onde pernoitamos, até o município de Segredo (RS). A certa altura, em meio a um vale, nos deparamos com uma ponte praticamente submersa: foi necessário descer, deixar o sapato de lado e ir conferir com calma a segurança da ponte, para então seguir em frente.

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A importância da gestão na propriedade

Em nossa primeira parada no Rio Grande do Sul, tivemos mais uma vez a certeza de que quando uma propriedade rural é gerenciada e bem administrada, ela é muito produtiva. Na foto abaixo, estou ao lado de seu Beno Camillo e de seus filhos Daniel (d) e Jordão (e), com tabaco de excelente qualidade nas mãos. A exemplo do que já é apresentado na reportagem ao lado, tivemos uma conversa com os irmãos Camillo sobre organização e gerenciamento da propriedade. Mas o que nos chamou a atenção foi o planejamento que seu Beno sempre teve, desde o início da cultura do tabaco, e lá se vai meio século de dedicação a essa planta. A família gerencia sua propriedade do mesmo modo como uma empresa é conduzida na cidade. Ou seja, cada um tem uma função, mas todos trabalham em favor de um bem comum, do qual, no final das contas, todos desfrutam. Nossa admiração e respeito a todos os que visitamos. Um grande abraço a vocês, colonada!

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