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Dia Mundial da Voz alerta para o câncer de laringe

Nesta semana é comemorada no Brasil a Semana Nacional da Voz, culminando no Dia Mundial da Voz, nesta sexta-feira, 16. Neste ano, em decorrência da pandemia, a programação nacional e regional será realizada online com atividades virtuais como lives, videochamadas e telerreuniões com profissionais e interessados pela voz, com divulgação em mídias sociais e na imprensa.

A previsão é que no triênio 2020–2022 as doenças relacionadas à voz no Brasil atinjam 6.470 homens e 1.180 mulheres. Neste ano, a data enfatiza a prevenção do câncer de laringe e os problemas de comunicação enfrentados por quem precisa utilizar máscaras de proteção e faceshields de forma contínua, por conta da pandemia de Covid-19.

Conforme a otorrinolaringologista Ingrid Wendland Santanna, o câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região de cabeça e pescoço. Os sintomas da doença incluem rouquidão, alterações na qualidade da voz, pigarro, cansaço ao falar e disfagia, dor e desconforto para engolir. “Se a lesão não for logo diagnosticada ela vai evoluindo e o tratamento fica mais agressivo. Quando precoce, é curável”, explica a médica.

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A prevenção do câncer de laringe inclui evitar o fumo e o álcool e o hábito de beber líquidos muito quentes como chimarrão, café ou chá, além de tratar o refluxo laríngeo quando a acidez gástrica chega à região da laringe. Segundo a otorrinolaringologista, toda rouquidão deve ser investigada, e no consultório são realizadas avaliações e a videolaringoscopia, onde são visualizadas as pregas vocais. Conforme o diagnóstico, o tratamento pode ser clínico, cirúrgico ou encaminhamento para tratamento fonoaudiológico.

A fonoaudióloga Melissa K. Camargo relata que, com o agravamento da pandemia, aumentaram as buscas por consultas com pacientes relatando problemas pelo uso da máscara, como a voz falhando, cansaço ao final do dia e até perda da voz. “Em tempos de pandemia e ‘novos normais’ a tecnologia e a comunicação cada vez mais tornaram-se essenciais e exigiram reinvenções no trabalho, onde mais de 80% da população utiliza a voz como o seu principal instrumento de trabalho, interações familiares, sociais e pessoais”, comenta.

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A utilização de máscaras de proteção e faceshields gera queixas de boca seca, necessidade de pigarrear ou tossir, cansaço e falhas na voz ao longo do dia. “Além disso, precisamos falar mais alto, causando maior esforço laríngeo. Algumas dicas são não deixar de tomar água ao longo do dia, abrir mais a boca e articular melhor as palavras, falar olhando para as pessoas e usar expressões faciais e entonações vocais de acordo com o dito”, explica Melissa.

Uso contínuo de máscara gera queixas

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Rouquidão e falhas são sinais de alerta

O Dia Mundial da Voz é a campanha mais tradicional da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e é celebrada igualmente pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Com o slogan “O que sua voz tem a dizer sobre sua saúde?”, a ação tem o objetivo de passar informação e fomentar a prevenção, explica o otorrinolaringologista Fernando Stahl Hermes.

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“A voz humana é produzida na laringe, um tubo que fica no pescoço. Dentro deste tubo, temos duas dobras de músculos e mucosa, chamadas de pregas vocais. Para produzir a voz, essas pregas vibram com a passagem do ar dos pulmões, que é o combustível para o som.” O médico explica que a voz depende de uma harmonia de diversos sistemas do organismo, incluindo o estado emocional. As alterações vocais podem sinalizar até mesmo a presença de doenças neurológicas, como o Parkinson, por exemplo, além de problemas respiratórios, digestivos, hormonais e psicológicos.

Segundo o otorrinolaringologista, a voz é uma característica humana intimamente relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar. “Com tantas famílias e amigos se comunicando a distância no último ano, as alterações na entonação da voz pelo telefone ou vídeochamadas davam pistas sobre a presença de tristeza, raiva e surpresa”, conta.

Com a pandemia, não só o uso de máscaras, mas também as novas demandas vocais surgiram, com o excesso do universo online com aulas, palestras e reuniões, o que exigiu uma reorganização da integração voz e corpo para corresponder aos desafios do novo momento. As mudanças de hábitos em razão da maior permanência em casa, com mais consumo de chimarrão, café e bebidas alcoólicas, além da exposição prolongada ao ar-condicionado, também podem impactar a saúde vocal.

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Outro público diretamente impactado envolve as pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus e que evoluíram com intubação ou sequelas neurológicas, necessitando da reabilitação vocal. A pandemia também fez muitas pessoas deixarem de procurar atendimento médico, agravando problemas vocais pré-existentes, postergando o diagnóstico e retardando um possível tratamento.

“O foco principal desta campanha é a respeito do diagnóstico do câncer de laringe, que pode ter como primeiro sintoma a rouquidão e, se descoberto em estágio mais precoce, tem maior chance de cura.” Ao apresentar dor na garganta que não melhora, rouquidão ou falhas na voz por mais de 15 dias, tosse, dor ou dificuldade para engolir é necessário procurar atendimento médico. Limite o álcool e, se fumar, procure um programa para interromper o tabagismo. O médico orienta ainda beber muita água, falar sem fazer força, comer uma maçã por dia e diante de qualquer dúvida marcar uma consulta e conversar com seu médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo.

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