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Executive Coach

Educar não é ensinar

A raiz da palavra educar nos leva a conduzir. Vejo muitos dilemas sobre mudanças nos modelos de educação no Brasil. Tenho licenciatura plena, e sei que o que aprendi há décadas tem pouco valor no mundo de hoje. Quando reflito, percebo que já não tinha valor quando aprendi. A fórmula estava errada. Adultos não aprendem com a simples apresentação de teorias e matérias, com dinâmicas práticas ou decoreba. Colar, ser avaliado e reprimido por notas baixas, sem que se entenda a dificuldade de aprendizagem, criou traumas. Canso de ver crianças com traumas de matemática, português e até de Educação Física.

Educar não é dizer como fazer, nem ensinar fórmulas prontas. Educar é conduzir à construção do aprendizado, é olhar para cada criança ou adolescente e entender sua forma de aprendizagem. Parece impossível, mas não é. Professores precisam de novos modelos de ensino. 

Aos pais cabe educar, à escola escolarizar. E à empresa? Desenvolver. Como os capítulos anteriores vêm sendo falhos, as empresas têm que educar os jovens, que chegam completamente despreparados ao mercado de trabalho. Mimados, apressados, iludidos. Precisamos ter tempo para entender nossos filhos, olhar em seus olhos, lembrar quão puros e bons eles são enquanto se rebelam sentindo um medo profundo da vida. O medo existencial nos assombra. Ele cobra o dar certo, fazer bem, ser apreciado. Como, se sou observado, tolhido, punido e avaliado o tempo todo. 

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Em países avançados, já não há tema de casa. Esse tempo as crianças dedicam a lidar com a vida pessoal, com a sociabilidade. Vejo que pais lotam a agenda de seus filhos com atividades excessivas. Viram adultos infelizes, frustrados, cheios de traumas. Isso não é prepará-los para a vida. Precisamos ler, nos educar, entender a natureza humana. Crianças têm livre pensamento e precisam de direção, de orientação e limite, não de chantagens emocionais ou de tirania escolar. Adolescentes estão no porão da vida, descobrindo que os pais não são super-heróis, e que a vida é diferente do que lhe ensinaram. Têm espinhas, hormônios fervilhando, precisam contestar e nos dizem muitas verdades na lata. Aprendizado para todos nós, pais, professores, coaches.

Deixem as crianças aprender e não se preocupem com o que os outros acham ou dizem. Quando uma criança se manifesta, ela quer dizer algo importante do mundo dela. Quando ela grita, está em sofrimento. Acolha, entenda, legitime e ajude-a a achar a saída. Não encha seus filhos ou alunos de laços que viram nós sérios na vida adulta. O que pais, professores e líderes fazem impacta a vida de uma pessoa, para o bem ou para o trauma. Não deixe essa ser sua marca. Eduque-se!

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