O trânsito é uma coleção de insanidades que desafia os psiquiatras. Mesmo diante de estatísticas que apontam a destruição de inúmeras famílias todos os dias, no feriadão de Tiradentes a Polícia Rodoviária Federal flagrou, na free-way, um Focus a 182 km/h. Qual a explicação?

O vandalismo – e a pichação – foi elevado à condição de “arte” ou “manifestação de protesto”, ao invés de “crime”. Prédios públicos e privados, monumentos, placas de trânsito, veículos e tudo que estiver ao alcance são emporcalhados. Os gastos com a limpeza e a recuperação são suficientes para contratar professores, brigadianos e funcionários para postos de saúde.

O desemprego de mais de 12 milhões de pessoas em busca de colocação sofre com a mão de obra desqualificada. Ouço depoimentos surpreendentes de empresário que promovem cursos gratuitos, mas que são suspensos por falta de interessados nos mais diversos segmentos do mercado.

Doenças extintas retornam com força total fazendo milhares de vítimas quase sempre junto às camadas mais pobres. Muitos governos – municipais, estaduais e até o federal – são apontados por descumprir os preceitos legais que preveem percentuais fixos para serem investidos em saneamento.

Todos esses problemas – que parecem insolúveis – têm uma raiz única: o descaso com a educação. Enquanto professores forem remunerados de forma ofensiva, prédios forem relegados ao abandono e os avanços da informática/tecnologia forem exceção nas escolas, teremos o caos.

O resultado da irresponsabilidade é o comprometimento de gerações com consequências em nosso dia a dia, impedindo melhor qualidade de vida a milhões de pessoas. A educação é prioridade somente no horário eleitoral. Nós, eleitores, temos culpa por escolher mal nossos representantes. Depois de eleitos, sequer nos damos o trabalho de fiscalizar os atos que perpetram em nosso nome. Tudo isso leva ao esfacelamento social em que os mais necessitados estão distantes da melhorias urgentes. Sem educação não há solução.