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O fim das locadoras de vídeo

A velocidade das mudanças transforma grandes novidades em exemplo de obsoletismo quase “dinossáurico”. Uma das última vítimas desse fenômeno são as locadoras de vídeo. São tão profundas as mutações que é impossível escrever sobre novidades porque, ao ser publicada esta crônica, o conteúdo estará defasado.

Locar uma fita e passar horas no sofá, principalmente nos fins de semana de inverno, foi uma atração que marcou uma geração. Os aparelhos de videocassete, como toda novidade, eram grandes, caros e dotados de limitados recursos. A demanda em busca da engenhoca, porém, fez os fabricantes modernizarem o equipamento, que se tornou onipresente.
Nas manhãs de sexta-feira, iniciava-se a batalha para garantir os filmes de lançamento que chegavam às grandes lojas. Elas investiam pesado na aquisição de títulos que recentemente brilharam nas telonas de cinema. Na ânsia de consumir filmes de diversos gêneros, nem sempre era possível assistir a todos retirados da locadora.

A multa por devolver as fitas fora do prazo ou por não rebobinar na até a hora da devolução eram inimigos daqueles que tinham preguiça ou falta de tempo para correr à locadora. Eram comuns os bocejos das segundas-feiras, resultado da maratona à frente da tevê. Também aumentaram as brigas entre casais porque um não tinha a mesma resistência do parceiro, repousando no ombro ao lado até o final do filme.

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As locadoras foram ganhando áreas de minishoppings com a venda de bebidas, picolés, sorvetes e outras guloseimas. Também desenvolveram políticas com nichos especializados com diversos gêneros, como filmes de ação, romance, infantis, documentários e os disputados “filmes adultos”. Num cantinho, os frequentadores fingiam desinteresse, olhando de soslaio os títulos. Na hora da retirada, esperavam até o balcão ficar vazio. E, é claro, o atendente ser homem.
São fiapos de lembranças de um hobby em extinção. As locadoras ainda resistem em pequenas e médias cidades. Foram atropeladas pela tecnologia, cuja obsessão pelo novo impede a convivência pacífica de alguns equipamentos e práticas. Não é fácil acompanhar a evolução, mas também é preciso critério. Nem tudo que é novo é eficiente, útil e barato.

O fenômeno do endividamento das pessoas com a aquisição de relógios, celulares e equipamentos de som é crescente. Como sempre, o bom-senso está no equilíbrio entre a necessidade, a possibilidade de aquisição e sua utilidade.

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