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Fake news em ano eleitoral

O advento das notícias falsas nas redes sociais – conhecidas como fake news – resulta de uma espécie de fome de novidades que move o cidadão moderno. Essa voracidade leva ao consumo desenfreado de todo tipo de informação desprovido do filtro para separar fofoca de notícia, boato de conteúdo. O joio do trigo.

Me formei em Jornalismo pela Unisinos em 1985, o que parece a idade da pedra lascada diante dos avanços que acontecem na velocidade da luz. Com frequência converso com estudantes de Comunicação. Eles ficam curiosos em saber como é possível que um “dinossauro” como eu – aos 58 anos de idade e 40 de profissão – continue na ativa. Essa curiosidade se inicia no momento em que meu currículo é divulgado para a gurizada.

Digo a eles que uma das coisa que jamais se alteram é a necessidade de orientar-se pela ética e pelo respeito à verdade no trato da informação. É óbvio que existem manipulações, como o uso indevido do conteúdo para atender aos interesses da empresa jornalística em relação aos personagens. Isso, no entanto, foge ao controle do repórter responsável pela apuração dos fatos. Ele deve apurar, checar e redigir.

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Outro questionamento comum no contato acadêmico ou em palestras em entidades e empresas refere-se à obrigatoriedade do diploma para ser comunicador. Não tenho opinião definida. Costumo dizer que conheço pessoas leigas que me ensinaram muito ao longo da carreira. Ao mesmo tempo, cito casos de colegas que foram muito além da graduação inicial, mas não tiveram sucesso porque não têm aptidão ou temperamento para a atividade.

 Bom-senso, equilíbrio e respeito – principalmente diante de críticas e contrariedades – devem pautar o profissional de comunicação, diplomado ou não. No interior do Estado militam inúmeros colegas que ao longo do tempo conquistaram o respeito pela seriedade que marca sua trajetória. Em rádio, jornal ou emissoras de tevê, eles demonstram conhecimento da comunidade onde atuam e oferecem um produto de qualidade.

As fake news decorrem da proliferação de canais disponíveis para a difusão de conteúdos. Muita gente amaldiçoa a internet ao afirmar que ela multiplicou “a quantidade de idiotas que falam muita besteira”. Respondo que idiotas sempre existiram. A diferença é que agora dispõem de um veículo de alcance mundial para tornar públicas suas opiniões. Talvez a pior consequência das notícias falsas seja o compartilhamento. Recente pesquisa mostrou que mais de 60% das pessoas sequer lê o que divulga para seus grupos, principalmente no Facebook e WhatsApp.

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Estamos em ano eleitoral. O bombardeio será intenso. Milhões de notícias inventadas transitarão pelas redes sociais. O antídoto contra a mentira é duvidar sempre, checar em vários canais e só então compartilhar.

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