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IDEIAS E BATE-PAPO

Uma eleição inédita. Mas nem tanto

Existe uma grande expectativa em relação às eleições municipais. Ao invés de uma reforma ampla que moralize a disputa, a cada ano são feitos remendos em forma de minirreformas que confundem o eleitor, complicam a vida dos candidatos e aumentam o trabalho dos advogados dos partidos.

Além das novidades introduzidas a cada eleição, em 2020 o fenômeno da pandemia gera muitas interrogações sobre as estratégias a serem adotadas na conquista do voto. Alguns pré-candidatos acreditam que os cabos eleitorais, assim como conhecemos, tradicionais caçadores do eleitor, estariam em extinção. Seria, segundo eles, consequência das restrições do corpo a corpo, que inclui a distribuição de santinhos, apertos de mão e participação em eventos de grande afluência popular.

Outra tendência é a excessiva valorização dos especialistas em marketing político com ênfase nas redes sociais, cujo protagonismo rendeu muita polêmica na eleição de 2018 para presidente da República, governador do Estado e outros cargos eletivos de nível estadual e federal. Outra vez a figura dos advogados será fundamental, porque a legislação brasileira não acompanha a evolução das novas tecnologias.

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As fake news, os robôs, a militância paga e as pesquisas forjadas terão protagonismo renovado. Apesar de milhares de mortes por Covid-19, o clima é de grande beligerância em inúmeras cidades. A eleição municipal suscita o maior interesse do eleitorado. E com toda a razão. Afinal, é ali, nos municípios, que tudo acontece de verdade. Lá são criadas as empresas que geram empregos, que fazem a economia girar. É ali, também, que são forjados os núcleos familiares e as entidades que defendem os interesses da comunidade.

Independentemente das novidades da legislação, a disputa reitera a importância do voto como arma para confirmar ou substituir quem fraudou as nossas expectativas. A democracia, com todas as suas deformidades, permite esse “recall” a cada quatro anos, fenômeno impossível em ditaduras e outros regimes totalitários onde a liberdade existe apenas no discurso.

Esse instrumento – o voto –, no entanto, somente terá valor se exercido com comprometimento, fruto da análise dos candidatos, biografias e propostas não eivadas de demagogia e promessas viáveis somente na teoria.

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