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FORA DE PAUTA

Dona Carmen

Venho me aventurando nesse mundo do radiojornalismo há pouco mais de três anos. No início do mês, foi comemorado o dia do radialista. A data me fez pensar um pouco mais sobre a profissão. Com as nossas vozes, afinal, levamos informação e entretenimento para a rotina das pessoas. Há momentos que pedem seriedade, outros são mais descontraídos. Às vezes estamos na rua, no local dos fatos. Outras, dentro de um estúdio. De qualquer forma, uma conclusão a que chego é que nós, radialistas, somos companhia. E os ouvintes, por sua vez, são nossos companheiros. Essa relação é uma das mais incríveis que conheço. 

Na 107,9 FM temos a alegria de ter a sintonia da dona Carmen. Lembro que em 2018, ela mandou uma carta para mim e mais colegas. Carta, escrita à mão. O gesto já ganhou meu coração na hora. De lá para cá, já foram tantas outras. A equipe da Rádio Gazeta já recebeu potes de café da dona Carmen, que levantaram nossas energias durante meses. Guardo com muito carinho uma pedra opalina que certa vez ela me deu. Pelo que pesquisei, a opalina eleva a espiritualidade, afasta vibrações negativas e aumenta a criatividade. E há tantos outros mimos, porque ela adora nos mimar. Cito dona Carmen aqui não para exibir “os recebidos”. Ouvinte exigente, como ela própria define, gosta de dar opiniões sobre a programação, de exaltar algo que está bom e também nos diz o que não está, opinando, inclusive, quando ocorrem alterações na programação. Acho ótimo que seja assim.

Certo dia, parte da equipe pôde conhecê-la presencialmente. Fizemos uma visita a ela e aos seus dois fiéis cachorrinhos. Foi divertido! Foi-se o mistério: ela nos contou como imaginava cada um dos radialistas. Para a gente, foi ótimo visualizar o rosto de quem nos escreve e sabe toda a programação da Gazeta. Dá para entender como é única essa relação? Uma pessoa que liga o radinho para ficar bem informada e antes mesmo de nos enxergar pela primeira vez, já conhece um pouco de cada um da turma. É muito companheirismo e carinho.

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Sem perceber, entramos na casa, no trabalho e pegamos carona com muitos ouvintes que nos levam por aí enquanto se deslocam. Assim como Carmen, tantos outros interagem conosco. Concordam, discordam, emocionam-se com alguma fala ou ficam irritados. Assim como a nossa equipe fica emocionada, irritada, sensibilizada e feliz com as mais diferentes mensagens, ligações e contatos com nossos ouvintes. O que mais interessa é que somos companhia mútua. Nosso fazer não tem sentido algum se não houver quem nos acompanhe. Inclusive, os ouvintes que são mais reservados e não têm o hábito de interagir com a nossa programação. Eles também são nossos companheiros.

Na última carta que recebi da Dona Carmen, estava a seguinte reflexão: “Até pensei que o rádio já estava com os dias contados, dando lugar só para canais de internet. Mas acho que ainda não.” Eu também acho que não. Esse vínculo entre radialistas e seus ouvintes, afinal, é insubstituível.

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