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Direto da redação

O que nos move?

Alguns minutos de observação em lugares insuspeitos, como em uma fila de restaurante ou um corredor de supermercado, nos colocam em contato com uma infinidade de tipos humanos. A impressão que se tem é que nunca vemos a mesma pessoa duas vezes. São sempre desconhecidos. De onde vieram? Que tipo de problemas enfrentam e enfrentaram? Como lidam e lidaram com os muitos impasses da vida? Aliás, o que pensam sobre suas próprias vidas?

Não são poucas as fórmulas disponíveis por aí que, segundo nos garantem, podem dar a força necessária para que enfrentemos os obstáculos da vida. As mais positivas apontam que o caminho é o amor – por filhos, amigos, pessoas com quem mantemos relacionamentos românticos, ou até pela humanidade. As nem tanto nos dizem que devemos ter é o desejo de nos destacar, por um motivo qualquer, como acumular dinheiro e poder.     

O que as pessoas detentoras das fórmulas não nos contam é que, por não existirem dois seres humanos iguais no mundo, não há também uma receita que possa ser aplicada a todos. Há um jeito de viver adequado para cada pessoa, que vai levá-la a determinado lugar – aonde ninguém mais chegará, pois é o lugar só dela. 

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E dentro das individualidades, se existem forças que podem nos impulsionar, elas são as mais insuspeitas possíveis, como as pessoas que vemos por aí. Podem, inclusive, não ter nada a ver com emoções positivas, como o amor. Tal como as guerras ajudaram no avanço da humanidade, forçando os limites da ciência e da tecnologia – o que resultou em transformações radicais nas sociedades –, também as emoções negativas, como raiva e indignação, podem ser o combustível certo a nos levar para a frente. Ser incentivado por coisas aparentemente ruins não soa como muito correto, mas acredite, acontece frequentemente. 

Como a cultura da vitimização é muito presente, queremos que os outros tenham um comportamento condescendente com nossas falhas, que nos entendam e nos apoiem. Quando isso não acontece e somos, por exemplo, alvos de discriminação, nossa tendência é reclamar e ver injustiça em tudo. Deveríamos responder de outro jeito, não dando margem para sermos rebaixados por este ou aquele motivo. Se somos obesos, em lugar de buscar solidariedade, devemos emagrecer. Se nossa aparência não agrada, no lugar de buscarmos aceitação, devemos melhorá-la. Se nos sentimos por baixo por falta de dinheiro ou cultura, em vez de esperarmos por uma maré de muita sorte, devemos buscar saídas e trabalhar para nos colocarmos em um lugar mais alto. Lá, provavelmente, estaremos a salvo de certos preconceitos. E se o ingrediente que proporciona a vontade de fazer tudo isso for a raiva, bom…

Pense nisso e não se condene se, nas suas lutas diárias, desejar ser uma pessoa melhor graças a sentimentos menos nobres. Apenas descubra o que move você.

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