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Home office

Pode crer que é possível!

Este espaço, que em tempos mais amenos eu utilizo para divulgar as atividades culturais da região, pelo segundo final de semana consecutivo ganha um ar dramático. Mas não por causa do famoso vírus maldito que tempo e vidas tem nos roubado, e sim pelo teu drama particular, amado e insubstituível leitor, que tem de ficar aí, agora, suportando estas minhas tão singelas – mas muito sinceras, podes crer! – divagações.

Eu sou pago para isso. Você paga por isso. Portanto, idolatrado, sinto muito, mas não me abandone agora, neste tão delicado momento, porque, senão, quem vai ter de pagar, o pato, sou eu. E se estou no sacrifício, é lógico que é por você!

Éééé, acha que home office é legal? Na emergência, descobri que os computadores aqui em casa estão todos ocupados. E quando me refiro aos “os”, assim, no plural, estou falando em dois. Havia um terceiro, mas fugiu de casa com o liquidificador e nunca mais apareceu. Negociação feita, fiquei com o de mesa, do quarto da frente, onde bate sol o dia inteiro porque aquela gente querida lá da luz – nunca sei se é CEEE, RGE, AES ou BDC – me fez o favorzinho de cortar as árvores, do pátio e da calçada, com a destreza de uma família de pandas, com glaucoma. Transformaram a minha casa num inferno. Até uma vizinha que eu nunca tinha visto na minha vida veio reclamar comigo a crueldade, pois que ela perdeu a “sombrinha maneira” do estacionamento, ao meio-dia.

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Mesmo assim, rogo pelas almas dos lenhadores. E pela chegada do inverno. E para que eles não me leiam, pois vão querer saber o que é aquele BDC.

O tal computador tem uma tela enorme, vertical, bonita, absolutamente desproporcional ao seu teclado pequeno, duro, e que só digita o “J” quando eu bato com um martelo em cima dela. Ah, só agora tu reparou que esta letra não havia aparecido até aqui, né? Pobre ota, tão desprezado… Praticamente um oão Ninguém! Neste computador, tá de quarentena.

Mas podia ser pior! Se fosse o “A”, por exemplo.

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A barra de espaço também tem problema, de temperamento, contornado se eu só clicar nela no seu cantinho superior esquerdo. E o mais estranho de todos: (levei um certo tempo para encontrar estes dois pontos) quando eu digito o “u” me aparece o “y”, de forma que se eu baixar o nível aqui com um palavrão contra esta máquina absurda, vai parecer que eu tô mandando ela ir tomar naquele quarteto, o “em Cy”.

Melhor manter a calma. Vida que segue!

Ah, e tem ainda o caso das iniciais CCE do fabricante espalhadas pela moldura do vídeo. Por Deus que isso me desconcentra um pouco. Não é como ter o Benno cantando de um lado, o Derli com suas piadas do outro, e o Rodrigo Nascimento lá na frente, improvisando mais um de seus desmaios teatrais. A tudo isso estou bem acostumado e até sinto falta, agora, quando só o que me resta é pensar neles, nesta clausura involuntária.
Espero ver todos bem, na volta!

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Mas não vou perder meu tempo pesquisando o significado desta bendita sigla, CCE, pois sei o que quer dizer BDC e isso me basta. Assim como muito me “a uda” um ventilador ligado às costas enquanto espio, pela “ anela”, o sol se pondo, imenso e dourado, lá pelas bandas do Botucaraí.

Ficar em casa tem isso de bom: a gente percebe um certo raio de sol, entrando por uma certa fresta, filtrado pelos vidros bem limpinhos e se esparramando solícito pelo assoalho do quarto como se tudo o mais que importasse, agora, fosse simplesmente estar aqui, escrevendo para você, que, agora, me lê atento, com estes olhinhos úmidos de emoção.

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