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Drama

Desesperado, pai acorrenta o filho usuário de drogas

O medo de nunca mais conseguir livrar o filho do vício das drogas ou mesmo de encontrá-lo morto na rua fez um homem tomar uma medida drástica em Candelária. Na última quinta-feira, depois de socorrer o jovem de 23 anos, ferido na perna por um tiro, o pai decidiu acorrentá-lo sobre uma cama. Consciente de que mantê-lo aprisionado em casa é uma escolha desesperada, Sérgio Moraes, 47 anos, busca a internação do filho. Para isso pediu ajuda, mas o jovem foi incluído em uma lista de espera. O artesão tem certeza de que o filho não poderá esperar por mais tempo. Sem saber mais para quem pedir socorro, ele procurou a Gazeta do Sul para contar sua história.

Durante pouco mais de um ano, Moraes acreditou que não voltaria a ver o filho transtornado pelo crack. Desde maio do ano passado, o jovem passou a viver com ele. Nesse período, segundo o pai, voltou a trabalhar. “Ele estava bem, normal. Me ajudava no trabalho”, conta o artesão, que fabrica gamelas de madeira. No entanto, na manhã de terça-feira, dia 13, ele percebeu que o rapaz não estava em casa. Ao descobrir que junto com ele haviam desaparecido suas roupas, calçados e até os aparelhos de televisão e rádio, desconfiou do que teria acontecido: o filho havia retornado ao vício.

A confirmação veio quando o rapaz voltou em busca de novos objetos para trocar por droga. Aterrorizado com a ideia de que ele pudesse levar tudo do interior da casa, Sérgio decidiu acorrentar as portas. Sem saber o paradeiro do filho, passou as duas últimas semanas sem dormir à noite. “Ele só vinha em casa buscar alguma coisa pra vender. Há duas semanas que eu não durmo e não trabalho”, relata. Na quinta-feira, quando soube por moradores que o jovem teria sido baleado, percorreu as ruas em busca dele. Ao encontrá-lo, com um ferimento na perna, acionou o socorro. Depois disso, decidiu: ia manter o filho acorrentado dentro da residência até conseguir interná-lo.

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O maior medo de Moraes é que o jovem volte às ruas e seja assassinado. “Ele levou um tiro e não sabe dizer como. Se eu deixar solto na rua, podem matar ele. Sei que deixar acorrentado assim não é o mais certo. Mas eu só quero o bem dele. Nunca ia querer o mal do meu filho.” A Defensoria Pública se comprometeu a buscar a internação por meio judicial, mas é preciso uma comprovação de que o rapaz precisa ser atendido com urgência.

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