O acusado de ter cometido três homicídios e uma tentativa de assassinato contra a própria família, João Guatimozin Moojen Neto, ficou frente a frente com a esposa – que teve fogo ateado no corpo pelo marido – em uma audiência realizada na tarde desta terça-feira, 5. O crime ocorreu no dia 7 de novembro de 2013, quando o réu incendiou o apartamento onde viviam com a mulher e os dois filhos, uma menina de 2 anos e um menino de 4 meses. As duas crianças morreram sufocadas pela fumaça. Um vizinho de 76 anos tentou auxiliar as vítimas, mas não resistiu após inalar o ar contaminado e morreu. A esposa, Barbara Penna, foi atirada pela janela após ter parte do rosto queimado, mas sobreviveu depois de ficar quatro meses internada em estado gravíssimo.

A primeira audiência que previa o encontro do réu e da vítima, conforme a Rádio Guaíba, estava marcada para o dia 26 de março. Porém, a solicitação repentina de uma viatura especial para o transporte de Netto impossibilitou a viagem até o local do encontro. Na época, a Susepe afirmou que tinha viaturas disponíveis, mas que a solicitação de um carro especial havia sido feita “de última hora”. Desde então, o pedido foi feito com antecedência e o réu foi encaminhado à audiência. Na sessão desta terça, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação.

No dia do crime, ocorrido no Bairro Jardim Lindóia, na zona Norte de Porto Alegre, Netto foi preso em flagrante e conduzido ao Presídio Central, mas acabou sendo transferido para o Instituto Psiquiátrico Forense. Em março de 2014, o réu foi conduzido ao sistema prisional comum e espera julgamento na Penitenciária Estadual de Charqueadas. Os filhos do casal mortos no incêndio se chamavam Isadora e João Henrique. O vizinho foi identificado como Mário Ênio Pagliarini.