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Reportagem especial

Em sete meses, 25 pessoas já foram assassinadas em Santa Cruz

Gabriel. Eduardo. Luiz. Anderson. Wallans. Jardel. Cristian. Robson. Raí… Os nomes não se repetem. Mas o desfecho é o mesmo para todos. A trajetória curta também se aproxima em muitos aspectos. Dos 25 assassinatos nestes sete meses em Santa Cruz do Sul, em mais da metade deles, 14 casos, as vítimas tinham somente até 25 anos. Dois nem tinham chegado a idade adulta. A maioria, mais de 75%, residia nas áreas da periferia. O índice preocupa ainda mais quando se percebe que os casos vem aumentando. Enquanto o ano passado encerrou com um asssassinato a cada 18 dias, com 20 casos no total, em 2016 essa média encurtou para um a cada oito dias.

Às 17 horas de 29 de janeiro, o frentista de um posto de combustíveis, na Rua Júlio de Castilhos, trabalhava normalmente, como fazia todos os dias. O jovem era Jardel Henrique Correia Soares, 23 anos. Em uma ação rápida, sem nem parar a motocicleta, uma dupla ingressa no local. Um deles saca um revólver. De uma sequência de seis disparos, um atinge a vítima no rosto. O rapaz tomba morto. O corpo ao chão era o retrato de um janeiro manchado de sangue. Seis pessoas foram executadas no primeiro mês do ano. Quatro delas tinham até 23 anos. 

A execução, que chocou quem circulava pela área central, é uma realidade bem mais próxima de quem reside na periferia. 19 casos ocorreram nessas áreas. “Eles matam mesmo. De noite. De dia. Sabem que ninguém vai denunciar”, conta um morador do Progresso. O bairro lidera a lista, com cinco execuções. Quatro delas na Avenida Deputado Euclydes Kliemann. Uma das vítimas tinha só 17 anos. O mais velho tinha 22. Todos assassinados a tiros. Do total de mortos, 22 eram homens. O tráfico é considerado o principal fator para os crimes. “Em 80% a 90% dos casos há alguma relação com drogas, seja como impulso ou por envolvimento com o tráfico”, afirma o delegado Miguel Mendes Ribeiro Neto, responsável pela investigação de 17 casos.

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A violência do tráfico de drogas, que sentencia e executa, é a mesma que aterroriza quem convive com ela na porta de casa. Moradora do Santa Vitória, Maria* teme pelos dois filhos adolescentes. “A gente nunca está tranquila. Como mãe, tem medo. Vivem muitos pessoas boas aqui, que trabalham. A polícia prende um e amanhã tem outro”. Pelo celular, ela tenta controlar onde estão os garotos. “Eles estudam. Mas a gente tem que ficar de olho. Quando vê, não controla mais”. O temor de ver os filhos envolvidos com o tráfico é o mesmo para muitas mães. Boa parte delas perdeu essa guerra faz tempo. Lúcia* sepultou o filho morto aos 19 anos. O jovem foi baleado na cabeça. “É uma dor que nunca vai passar. Vou lembrar dele sempre”. 

(*Os nomes usados são fictícios). 

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