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Explosões

Vídeo mostra assalto a bancos em Encruzilhada do Sul

Em uma ação de 40 minutos, criminosos explodiram três agências bancárias de Encruzilhada do Sul em sequência. Nessa sexta-feira, uma semana após o roubo, a Polícia Civil divulgou um vídeo que mostra o momento do ataque ao último banco. Nas imagens é possível ver moradores sendo usados como escudo humano pelos assaltantes. Dez pessoas foram rendidas pelo bando, que ainda levou três delas no momento da fuga. Segundo a polícia, eles roubaram entre R$ 500 mil e R$ 600 mil. 

Conforme o  delegado Anderson Faturi, responsável pela Delegacia de Polícia de Encruzilhada do Sul, foram ouvidas nesta semana testemunhas e moradores que haviam sido feitos reféns. Os criminosos levaram três mulheres no momento em que fugiam e as abandonaram na saída da cidade, em direção a Amaral Ferrador. O delegado estima que entre oito e dez bandidos participaram desse assalto. Foram explodidas as unidades do Sicredi, Banco do Brasil e Banrisul, em sequência.  O vídeo mostra o momento em que os assaltantes se aproximam da última agência a ser atacada. 

As vítimas aparecem com as mãos para o alto, sendo seguidas por um dos criminosos. Em determinado momento, ele usa uma arma longa para efetuar disparos para o alto. É uma forma de intimidar uma possível aproximação da polícia. O criminoso recolhe os estojos que caem no chão. A tática é uma maneira de tentar evitar uma possível criminalização. Se a polícia recolher os estojos, pode fazer uma comparação pericial com a arma, caso ela seja apreendida durante a investigação. Policiais ainda conseguiram recolher alguns projéteis carabina calibre .30, fuzil 556 e pistola 9 milímetros. 

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Três carros, dois deles que pertenciam às vítimas rendidas, aparecem na gravação. O outro é um i30, que foi recuperado pela Brigada Militar no dia seguinte em uma propriedade no interior. Um táxi que havia sido roubado também foi encontrado. Há informações de que os quadrilheiros também teriam usado uma caminhonete. Aos 52 segundos do vídeo, à 01:04, segundo indica a gravação, é possível perceber uma explosão junto ao banco. É o momento em que o bando detona os quatro caixas eletrônicos. 

De acordo com o delegado Faturi, há informações de que os assaltantes pretendiam ainda explodir a agência da Caixa Econômica Federal. Porém, eles desistiram para fugir antes da chegada da polícia e em razão do montante que já tinham conseguido reunir.


Unidades do Sicredi, Banco do Brasil e Banrisul foram explodidas em sequência na sexta-feira, 16.
Foto: Rodrigo Assmann.

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Líder do bando continua foragido

Apontado como o líder do bando que atacou Encruzilhada do Sul na semana passada, Ivo Francisco dos Santos Assis, o Ganso Baio, permanece foragido. A investigação desse assalto, assim como de outros recentes, está a cargo do Departamento Estadual de Investigações Crminais (Deic). Além desse ataque, o foragido é apontado como líder do assalto a Boqueirão do Leão, que aconteceu no fim de abril. Nesse município, uma agência do Banrisul foi detonada com explosivos.

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A AÇÃO

  • A ação registrada pelo vídeo acontece no Banrisul e nas proximidades. A agência foi a última a ser assaltada naquela madrugada. Antes disso, os criminosos já haviam detonado as unidades do Sicredi e do Banco do Brasil. Para isso, renderam moradores que estavam nas ruas. Eles pararam a tiros motocicletas e carros que passavam pelo local.
  • É possível ver o momento em que um carro passa, com o porta-malas aberto, à 00h55. Seria o i30 que foi apreendido pela polícia. Em seguida, três vítimas apareceram caminhando lado a lado, com as mãos para o alto. Logo atrás é possível perceber que mais vítimas transitam próximo ao banco. Na sequência, um dos assaltantes corre, com uma lanterna na mão, em direção à agência. É possível perceber rapidamente quando um deles coloca um saco dentro do porta-malas. 
  • A imagem para por um minuto. Na sequência aparece outro veículo, que pertence a uma das mulheres rendidas. O carro é estacionado ao lado do outro, já parado próximo da agência. Nesse momento, há seis vítimas caminhando lado a lado, com as mãos para o alto, e uma sétima andando pela calçada. Um assaltante caminha logo atrás deles.
  • Pouco antes da 1 hora, o mesmo bandido usa uma arma longa para efetuar disparos para o alto. Depois ele recolhe os estojos que caem no chão. A tática é uma forma de tentar evitar uma possível criminalização. Se a polícia recolher os estojos, poderá fazer uma comparação pericial com a arma, caso ela seja apreendida. 
  • À 1:04, é possível perceber uma explosão junto ao banco. É o momento em que os assaltantes detonam os quatro caixas eletrônicos. Após a explosão, dentro da agência surgem luzes de lanternas. Na esquina perto da agência, ainda é possível perceber que há reféns e um outro veículo. 
  • O vídeo é retomado cinco minutos depois, quando os quadrilheiros passam com um táxi roubado. Segundo a polícia, eles usaram o carro para carregar o dinheiro levado desse banco e também alguns reféns. Menos de um minuto depois, sete vítimas aparecem correndo na direção contrária à que foi o veículo. As outras três foram levadas pelos ladrões e abandonadas logo depois.

Distância e defasagem no policiamento fragilizam

Para o delegado Anderson Faturi, diversos fatores contribuíram para o município ser novamente alvo dos assaltantes de bancos. No ano passado, a mesma agência do Banco do Brasil já havia sido explodida por uma quadrilha. A defasagem no policiamento e o fato de a cidade ser distante de outras tornam Encruzilhada do Sul um alvo mais fácil, segundo o delegado. 

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Os municípios mais próximos, com contingentes policiais maiores, são Rio Pardo – a 73 quilômetros – e Canguçu – a 125 quilômetros. “Dá tempo de sobra pra eles fugirem sem ser abordados.” Faturi contou que foi informado pelos três agentes naquela madrugada sobre o assalto em andamento, mas orientou os policiais a não reagirem. “Não era o momento de qualquer confronto com eles, por estarem fortemente armados e com reféns. Não ia dar certo.” 

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