A segunda fase da Operação Grandes Rios fechou uma fábrica irregular de cigarros nessa segunda-feira, 10, em Natal, no Rio Grande do Norte. A mesma operação havia sido deflagrada em abril em Santa Cruz do Sul. No dia 16 de abril, um catador do município foi apontado pela Receita Federal como sócio-laranja da empresa, que foi fechada ontem. Na época, o homem trabalhava com reciclagem de latas e alumínio no Bairro Pedreira.
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O delegado da Receita, Leomar Padilha, explicou na ocasião, que provavelmente o laranja nem soubesse que era sócio da fábrica. Geralmente, nestes casos, os criminosos chegam até a pessoa e acabam fazendo com que a vítima entregue documentos pessoais e assine procurações. Naquele dia, também foram apreendidos 900 mil maços de cigarros em Linha Capão, no interior de Vera Cruz.
Os produtos estavam em contêineres e em um depósito. O tabaco era comprado do Vale do Rio Pardo e encaminhado para o Rio Grande do Norte. Depois, o cigarro era levado para Vera Cruz e distribuído para o Estado.
A empresa que foi fechada no Rio Grande do Norte nesta segunda-feira estava irregular e os auditores da Receita Federal constataram o uso de pessoas sem capacidade financeira como sócios-laranjas, como o caso do catador de Santa Cruz. Além disso, a fábrica devia cerca de R$ 1 bilhão em tributos federais, incluindo multas e juros. O registro especial para fabricação de cigarros da empresa foi cancelado, as máquinas foram lacradas e os selos de controle, matérias-primas e produtos em estoque foram apreendidos.
A operação
A Operação Grandes Rios teve a primeira fase deflagrada pela Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal em 16 de abril deste ano. Em Santa Cruz do Sul e Vera Cruz foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Dez policiais federais e dez auditores-fiscais participaram das ações. A operação teve como objetivo investigar os crimes contra a ordem tributária na fabricação de cigarros.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. A polícia conseguiu identificar o grupo responsável pela gestão dos laranjas durante as investigações. Nessa segunda, 17, auditores fizeram o fechamento da fábrica no Rio Grade do Norte, com o apoio da Polícia Federal, Marinha do Brasil e Exército Brasileiro.