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Vigilância colaborativa

Projeto conecta câmeras particulares aos órgãos de segurança

Foto: Rafael Cunha Rádio Gazeta

Programa Vigilância Colaborativa foi lançado ontem à noite, no auditório da Assemp

O videomonitoramento das vias públicas tem sido um forte aliado das forças policiais. Casos que abalaram a região, como o da jovem Gabriele Schulte, que faleceu 30 dias após um acidente de trânsito, só foram solucionados porque a Polícia Civil conseguiu imagens do momento exato da ocorrência. O mesmo vale para furtos, homicídios e até mesmo para viabilizar perseguições a assaltantes – antes de sair em busca de suspeitos, é comum que a Brigada Militar peça para ver as imagens das câmeras do local a fim de reconhecer os criminosos.

Até essa terça-feira, 12, no entanto, sempre que necessitavam acessar imagens de câmeras privadas – de supermercados, lojas, ou até mesmo residências – os agentes de segurança precisavam fazer uma solicitação e aguardar até que os registros fossem localizados. Eventualmente, esse trâmite atrasava o trabalho da polícia. Porém, graças a um programa lançado ontem no auditório da Associação de Entidades Empresariais (Assemp) de Santa Cruz do Sul, o acesso pode se tornar imediato.

A novidade que promete facilitar o trabalho policial foi batizada de Vigilância Colaborativa e propõe que empresários e pessoas físicas disponibilizem imagens dos seus sistemas de câmeras para os órgãos de segurança pública. “As imagens serão captadas em tempo real e estarão à disposição das autoridades policiais por até sete dias”, detalhou o diretor de segurança de Santa Cruz, Marcelo Diniz. De acordo com ele, o programa tem investimento zero por parte do poder público, e custa R$ 59,90 por mês para quem quiser colaborar com a segurança no município. “Já foi apresentado para algumas empresas, agora vem o trabalho com a Assemp e seus associados para divulgar. A gente acredita que vai ser um divisor de águas e que muitas empresas vão aderir”, comentou.

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Ainda segundo Diniz, o projeto teve origem nas reuniões do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), que integra todas as forças de segurança do município. Antes de colocar o projeto em prática, representantes do gabinete estiveram visitando outras cidades que adotaram sistemas semelhantes. Uma delas foi São Gabriel, no sudoeste do Estado. “É um município de menor porte e condições econômicas, mas quando o visitamos, ele já tinha 143 câmeras integradas”, contou o diretor de segurança.

Como funciona
De acordo com o vice-presidente de desenvolvimento da Assemp, Eduardo Kroth, a Vigilância Colaborativa faz parte de um macroprojeto que pretende transformar Santa Cruz em uma cidade inteligente. “É mais um capítulo nessa história”, frisou. Especialista na área de tecnologia, Kroth explica que o sistema vai funcionar a partir de um software chamado Digifort. “Cada cidadão que tiver uma câmera já instalada na sua casa ou empresa vai poder compartilhar essas imagens com o serviço da Digifort, que poderá ser acessado pelas autoridades policiais em tempo real. Com essa democratização da tecnologia, vamos poder expandir o uso das câmeras. O retorno que o cidadão vai ter é a sensação de segurança onde ele está vivendo e trabalhando”, detalhou, em entrevista à Rádio Gazeta na manhã de ontem.

Segundo Kroth, a Cindapa foi a primeira empresa que se colocou à disposição para viabilizar o projeto. Para participar do programa, basta ir até a empresa e assinar um termo de adesão. “Se já tiver a câmera, em questão de horas a pessoa vai estar disponibilizando as imagens. Se ela ainda não tiver, pode comprar ou alugar uma câmera junto com a Cindapa”, explicou. A Assemp informou que também está comprometida em monitorar os custos da aquisição e manutenção de equipamentos e da plataforma virtual. “Nosso trabalho terá um viés de uniformidade, sem ‘concorrência’ entre empresas de vigilância privada, já que não há nenhuma meta de lucro, e sim de fomento à segurança pública”, destacou o presidente da associação, Léo Henrique Schwingel.

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As imagens disponibilizadas serão as geradas pelas câmeras que filmam a via pública em frente à residência ou empresa da pessoa que aderir ao projeto. Imagens internas dos estabelecimentos não serão acessadas.

Diferente do videomonitoramento, que tem investimento do poder público para a instalação das câmeras e é controlado 24 horas por dia pela Brigada Militar, as imagens das câmeras de Vigilância Colaborativa só serão acessadas mediante demanda, quando algum crime ocorrer nas imediações.

O custo para aderir ao programa é de R$ 59,90 por mês e deve ser pago pela pessoa que deseja disponibilizar as imagens.
Hoje Santa Cruz do Sul tem 42 câmeras de videomonitoramento não privadas. Outras sete estão sendo instaladas. O município também está recebendo o cercamento eletrônico, com 13 câmeras inteligentes, capazes de reconhecer placas de veículos e indivíduos suspeitos, que serão colocadas em diferentes entradas da cidade.

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