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Santa Cruz do Sul

Criatividade dos golpistas preocupa a polícia e serve de alerta

Vem chamando a atenção da Polícia Civil a quantidade de santa-cruzenses que caem em crimes de extorsão sexual praticados na internet. Trata-se do chamado “golpe dos nudes”. Desde março, a incidência de casos aumentou a ponto de serem, pelo menos, cinco ocorrências registradas por semana, somente na área da 1ª Delegacia de Polícia.

O crime envolve a troca de imagens íntimas entre homens e golpistas que se passam por jovens menores de idade, e que utilizam fotos encontradas na internet para repassar à vítima. Após adicionar ou seguir o “alvo” em redes sociais ou sites de relacionamento, os estelionatários propõem a troca de telefones e levam a conversa para um aplicativo de mensagens, como o WhatsApp.

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Em determinado momento, um interlocutor entra em contato com o indivíduo dizendo que viu as mensagens e imagens e que, com essas provas, irá denunciá-lo como pedófilo. Para “resolver a questão” sem envolver uma exposição à família da vítima da fraude ou à polícia, os estelionatários exigem um depósito em dinheiro.

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“Durante a conversa inicial, que normalmente agrada e conquista a pessoa, os golpistas já acessaram o Facebook da vítima, viram que possui filhos, namorada ou esposa, dentre outras informações que ficam muito à mostra nas redes sociais e são utilizadas, posteriormente, para extorqui-las. As vítimas, com medo da exposição, muitas vezes depositam os valores solicitados”, explicou a delegada titular da 1ª DP, Ana Luísa Aita Pippi.

O golpe, que já é bem conhecido no meio policial, normalmente tinha como interlocutores falsos pais da suposta menina assediada, ou mesmo advogados da família dela. No entanto, recentemente, os criminosos vêm utilizando nomes e imagens de policiais para intimidar as vítimas e praticar a extorsão. Em Santa Cruz, um caso nesses novos moldes foi registrado pela primeira vez na última segunda-feira.

“Vínhamos observando esse tipo de atuação, envolvendo policiais, em âmbito nacional e estadual. No entanto, começamos a verificar esse tipo de crime aqui também. No caso em questão, um homem de 31 anos havia trocado mensagens com uma mulher e foi contatado por um dito agente do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente, o Deca, de Porto Alegre. Para apagar as provas do suposto crime de pedofilia cometido pelo rapaz do sistema da polícia, o falso policial solicitou R$ 1,5 mil e mais R$ 1 mil para um outro interlocutor”, revelou Ana Luísa.

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Segundo a delegada, desconfiado com a postura insinuante da menina e com a abordagem do suposto policial, o rapaz não depositou o valor e procurou a Polícia Civil para registrar a ocorrência. Entretanto, são vários os casos de pessoas que, com medo da exposição, depositam quantias que chegam a R$ 5 mil.

Via de regra, de acordo com a Polícia Civil, os golpes desse tipo são praticados por presidiários de outras cidades ou mesmo de fora do Estado, cujos familiares atuam em conluio, criando perfis fakes para iniciar as conversas com seus alvos. “Eles agem no emocional das vítimas. Por isso, o nosso alerta fica para que as pessoas não depositem sob hipótese alguma e procurem a polícia imediatamente, bloqueando o contato com os golpistas via internet e tirando print das conversas e imagens.”

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Motoboy busca cartões de crédito de vítimas

Ainda no ano passado, a Polícia Civil de Santa Cruz do Sul iniciou um trabalho de investigação acerca de outro golpe que fez vítimas no município. Neste, o estelionatário liga para o telefone fixo de uma pessoa, identificando-se como funcionário de uma empresa de cartão de crédito, e diz que o cartão da vítima teria sido clonado. Para convencer a pessoa, o golpista orienta que ela telefone em seguida para o 0800 que está atrás do seu cartão de crédito, a fim de “regularizar a situação”.

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A vítima coloca o telefone no gancho, contudo, a linha não é desligada pelo criminoso, de maneira que permanece ativa mesmo enquanto se disca para o 0800. Nisso, a pessoa “é atendida” por uma comparsa do golpista, que pede a confirmação de todas as informações pessoais dela, incluindo nome completo, data de nascimento, endereço e, por fim, a senha. “Na verdade, nenhuma bandeira de cartão de crédito pede a senha dos clientes. Esses golpistas se aproveitam do desespero das pessoas para extrair todas as informações que precisam”, comentou a delegada Ana Luísa Aita Pippi.

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Por fim, os estelionatários anunciam que enviarão um motoboy para buscar o cartão de crédito na casa da vítima – que faz a entrega ao motoqueiro, acreditando que assim vai resolver a pendência. Embora a ação dos bandidos possa ser considerada simples de se relacionar com uma fraude, os casos diários registrados na 1ª e 2ª DPs de Santa Cruz causam preocupação. Um deles aconteceu na última segunda-feira com uma moradora do Bairro Verena, de 56 anos, que perdeu R$ 7 mil após cair no golpe, só descoberto pelo filho.

“Recebemos cerca de três ocorrências dessas por dia. Após pegar os cartões, os bandidos vão nas agências e retiram o que podem, até a pessoa identificar o golpe e bloquear o cartão”, disse a delegada. A frequência de situações desse tipo levou a Polícia Civil a fazer um alerta para que a comunidade preste atenção em ligações dessa natureza.

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