Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Trânsito

“Foi Deus que nos salvou”, diz sobrevivente de acidente em Agudo

A empresária Luana Bredow, 27 anos, é uma das sobreviventes do acidente que matou quatro pessoas no último fim de semana em Agudo

A tarde do último sábado, 7, prometia ser de descontração para a família Bredow. A empresária Luana Bredow, de 27 anos, moradora de Novo Cabrais, havia ido almoçar na casa da mãe, Neli Vera, de 66 anos, em Paraíso do Sul, onde também estava a sobrinha Allana, de 4. O trio ainda encontraria no início da tarde, também em Paraíso, a cunhada de Luana, Joana Barbara Klusener, de 33 anos, e sua filha Alice, de 3.

O tempo bom pedia um passeio. A sugestão foi levar as duas meninas para conhecerem a nova pracinha de brinquedos de Agudo, aberta recentemente ao público na Praça da Emancipação. Às 14h30, Luana, a mãe, a cunhada e as crianças embarcaram no Honda Civic branco de Joana rumo a Agudo, a 30 quilômetros de Paraíso do Sul. Mal sabiam que o divertimento das horas seguintes, na pracinha e no café colonial que frequentaram ao final da estadia no município, seria seguido por momentos de terror sobre a estrada.

“Às 17h43, ao sairmos do café, mandei umas mensagens pelo WhatsApp. Exatamente cinco minutos depois, às 17h48, foi quando tudo aconteceu”, disse Luana, em entrevista à Gazeta do Sul na tarde de terça-feira, 10. Ela e as outras mulheres e crianças que estavam no Honda Civic branco envolveram-se em um grave acidente na ERS-348, na localidade de Cerro Chato. A colisão envolveu outro Honda Civic, este preto, e uma motocicleta. “Todos que viram as fotos do acidente falaram que não sabem como escapamos. Para mim, foi Deus que nos salvou.”

Publicidade

A cunhada, Joana, estava dirigindo, com Luana ao lado. Neli e as meninas ocupavam o banco de trás. A cinco quilômetros do entroncamento com a RSC287, as mulheres perceberam o Civic preto avançando na direção delas, aparentemente desgovernado, após sair de uma curva. “Acho que ele puxou o freio de mão para voltar para a pista, porque saiu fumaça dos pneus. Acabou voltando para a pista em zigue-zague”, contou Luana Bredow.

“Não tinha para onde ir, porque não sabíamos onde ele ia parar. A última vez que o carro fez zigue-zague, rodopiou na pista e sua lateral traseira colidiu na nossa frente com tudo”, recordou. O acidente matou três dos quatro tripulantes do Civic preto e uma motociclista que, em seguida, bateu contra um dos veículos. Já as ocupantes do carro branco escaparam com vida, mas feridas e muito assustadas.

LEIA MAIS: Acidente entre três veículos mata quatro pessoas em Agudo

Publicidade

Com o pé machucado, Joana Bredow foi retirada do carro por populares. Neli Vera sentou-se no acostamento ao lado do carro | Fotos: Arquivo Pessoal

Cinto e airbag foram fundamentais
Das cinco ocupantes do Honda Civic branco, quatro já foram liberadas do hospital, mas ainda com lesões. Allana, de 4 anos, sofreu apenas escoriações leves. A pequena Alice, de 3, ficou internada após ter o baço perfurado e segue em acompanhamento médico no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). As meninas estavam nas cadeirinhas. “A Alice falou que não quer mais ir à pracinha. E quando ganhamos alta, a Allana perguntou se iam bater no nosso carro de novo. Ficamos preocupados pelo psicológico delas”, disse Luana, que machucou o olho, quebrou três costelas do lado esquerdo e ficou com líquido na pelve. Joana sofreu uma fratura no pé e no antebraço.

Em exame de tomografia realizado na manhã de ontem em Santa Maria, constatou-se que Neli Vera Bredow quebrou duas costelas do lado direito e sete do lado esquerdo, bem como o manúbrio, um osso do peito. As cinco têm marcas no corpo provocadas pelo cinto de segurança no momento do impacto. “O cinto e o airbag foram fundamentais. Ambos nos machucaram muito devido à colisão, mas evitaram a nossa morte, porque a pancada foi muito forte.”

LEIA MAIS: Vítimas de acidente em Agudo são identificadas

Publicidade

Ocupantes do Civic branco têm hematomas do cinto de segurança – o qual as salvou
Luana Bredow, em foto tirada no hospital

Inquérito vai apurar detalhes
Luana Bredow contou que, nos instantes seguintes à colisão, as crianças foram retiradas do veículo. Joana não conseguia caminhar e populares ajudaram-na a sair do automóvel. No primeiro momento, a mãe de Luana sentou-se no acostamento para se recuperar do choque. Luana, Neli e Allana foram rapidamente conduzidas pela ambulância ao Hospital de Agudo.

Inicialmente, Joana também foi levada para o mesmo hospital, porém, precisou ser transferida ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) para procedimentos de enfaixamento nas fraturas. A menina Alice também foi encaminhada ao mesmo local. “Lembro que lá, no Hospital de Agudo, chegaram agentes da Polícia Civil, um homem e uma mulher. Me perguntaram o que havia acontecido, e eu falei tudo o que aconteceu”, disse Luana.

Mateus Niemeier Seibert, de 23 anos; Willian Zanella Rios, de 21; e Quelvin Muraro Freo, de 26 anos, que estavam no Honda Civic preto, morreram com a colisão. Um outro ocupante do mesmo veículo sobreviveu e permanece internado no Husm.

Publicidade

Clarice Luísa Friedrich, de 52 anos, que pilotava uma motocicleta nas proximidades de onde os dois carros trafegavam, também faleceu após colidir com um dos automóveis. As circunstâncias ainda serão esclarecidas em um inquérito já instaurado pela Polícia Civil de Agudo.

O Instituto Geral de Perícias (IGP) deverá fornecer, ao longo das próximas semanas, o laudo do local dos fatos, além dos exames de necropsia nos corpos. As perícias técnicas, inclusive nos veículos, deverão trazer subsídios para que a investigação descubra os detalhes e a causa do acidente.

LEIA MAIS: Vítimas de acidente serão sepultadas nesta segunda

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.