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Furtos

Nem sepulturas escapam da ousadia dos ladrões em Passo do Sobrado

Foto: Alencar da Rosa

A ação revoltou os moradores da localidade de Potreiro Grande, caso do agricultor Sílvio Haas, que constatou os danos na sepultura do pai

Moradores de Passo do Sobrado levaram um susto nos últimos dias, ao visitarem os túmulos de seus familiares no Cemitério Timbaúva, na localidade de Potreiro Grande. Pelo menos 30 das cerca de cem sepulturas do local estavam sem os letreiros com os nomes das pessoas falecidas. Vasos também foram levados e até algumas fotos de pessoas foram arrancadas. A situação foi percebida ao fim da tarde de quinta-feira.

Uma mulher, moradora das proximidades do cemitério onde estão enterrados seus antepassados, passou na carona de um carro e percebeu os furtos. “Aqui no interior temos o costume de passar na frente do cemitério, parar e fazer o sinal da cruz, em respeito aos mortos. Essa nossa vizinha fez isso e reparou que estava aberta a porta de uma das capelinhas dos túmulos, e que os letreiros não estavam nas pedras. Então me mandaram uma mensagem, informando que tinham mexido nas sepulturas. Nisso fui lá”, contou o agricultor Sílvio Laureno Haas, de 46 anos.

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O pai dele, falecido em 2003, está enterrado no Cemitério Timbaúva. Embora sua mãe esteja viva, o túmulo dela também já estava pronto ao lado do esposo, inclusive com letreiros e foto. Tudo foi levado pelos criminosos. Apenas a foto da mãe dele ficou, caída ao lado da sepultura.

“É triste. Meu pai disse que queria ser enterrado ali na beira da estrada, pois quando os amigos passassem ali, ele queria ver. Infelizmente, agora, levaram tudo, a foto e toda a descrição dele”, complementou Sílvio.

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A Brigada Militar (BM) foi acionada e esteve no cemitério por volta das 20h30 de sexta-feira. “Os criminosos levaram os nomes, datas, crucifixos, todos os itens de metal dos túmulos, além de vasos de flores”, comentou o sargento Jurandir da Silva Faleiro, que foi até o local. Após a diligência que constatou os furtos nas sepulturas, a recomendação do policial a todos os moradores que tiveram túmulos de familiares violados foi para registrar a ocorrência.

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Município registrou casos parecidos em 2020
O caso não é o primeiro registrado no município nos últimos tempos. Outras duas situações semelhantes aconteceram ao longo de 2020. Em fevereiro do ano passado, letras que formavam os nomes de pessoas sepultadas e crucifixos foram furtados de 302 túmulos do cemitério comunitário Nossa Senhora do Rosário. Em ocorrência mais recente, no cemitério da localidade de Passo da Mangueira, até a cabeça de um cadáver foi retirada de um túmulo.

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O comentário, no interior, era de que a violação teria sido feita para extrair um dente de ouro da pessoa falecida. A suspeita é de que o mais recente crime do tipo tenha acontecido na madrugada de sexta-feira, e os autores teriam utilizado uma espécie de espátula para retirar os letreiros. A hipótese é indicada a partir da marca na porta de um mausoléu, no centro do cemitério, que foi forçada pelos criminosos.

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Haas mostra o jazigo dos pais: dos itens fixados nas pedras, sobrou apenas uma foto | Foto: Alencar da Rosa

Para o agricultor Sílvio Haas, os vidros não foram quebrados para não alertar os vizinhos. O Cemitério Timbaúva é simples e conservado. É bem cuidado pelos moradores das redondezas. Ainda assim, apenas uma tela e um portão pequeno separam o local da estrada vicinal, o que facilita a entrada das pessoas, mas também a ação de criminosos.

De acordo com o sargento Faleiro, o caso será repassado para a Polícia Civil. A principal suspeita é de que os itens furtados, sobretudo os letreiros e crucifixos em cobre e até bronze, tenham sido vendidos de forma clandestina pelos criminosos. De acordo com o inspetor Carlos Leão, da Delegacia de Polícia de Passo do Sobrado, até o momento não há suspeitos.

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“Vamos investigar a possível comercialização dos itens. Geralmente, em crimes do tipo, são vendidos em ferros-velhos. Por isso, vamos analisar a possibilidade de estabelecimentos do tipo receberem alguma oferta. Se tivermos suspeita de um indicativo sobre determinada pessoa que vendeu ou comprou, vamos representar por um mandado de busca a esse local”, salientou o inspetor Leão.

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