Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o mandato de Eduardo Cunha, o deputado santa-cruzense Heitor Schuch (PSB) considerou que “demorou, demorou demais” para o presidente da Câmara ser afastado do cargo. Segundo o parlamentar da região, o peemedebista “estava se escondendo atrás da cadeira” e “usando a Casa em benefício próprio”. 

“O PSDB dizia: tem que fazer o impeachment de Dilma. E Cunha dizia que se fosse presidente da Câmara ele faria. Por outro lado, fazia o mesmo jogo com o PT, garantindo que se permanecesse na presidência não abriria o processo de impeachment”, explicou Schuch em entrevista à Rádia Gazeta. 

Para o deputado,  o Judiciário falha mas não tarda. “Ainda vai ter muita contestação, porque no Brasil tudo vira polêmica”, comentou, lembrando que Cunha deve recorrer da decisão. Segundo ele, o que se vê em Brasília é que os aliados do presidente afastado estão “olhando para o lado”, procurando novas alternativas. 

Com o afastamento de Cunha é o vice Waldir Maranhão (PP-MA) quem assume a presidência da Casa. No entanto, Schuch não acredita que ele se mantenha por muito tempo no cargo. “Maranhão pode até se sustentar por 10 sessões, mas mais que isso ele não se mantém”, projetou. “Este assunto de nova eleição vai dar muito pano pra manga. Além de eleger o presidente da Câmara, elege o vice-presimente da República, porque o cenário indica que o Senado vai aceitar o impedimento de Dilma”, completou, ressaltando ainda que “jornalista nenhum vai morrer de tédio em maio”.