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Telmo Kirst: o mais difícil veio depois

Um dos políticos há mais tempo em atividade na região, Telmo Kirst (PP) retornou à política local em 2012, após um período de mais de três décadas, a maior parte dele ocupado na Câmara Federal e com passagens pela Assembleia e pelo governo do Estado. Apesar disso, nega que ser prefeito fosse um sonho pessoal e admite: nada que tenha feito foi mais difícil. “Não é moleza”, confessa.

A intimidade de Telmo com o mundo político vem quase de berço. O pai era membro do diretório do PSD e amigo de figuras importantes da vida pública santa-cruzense em meados do séculos passado, como Willy Carlos Frohlich e Euclydes Kliemann. Cresceu na Rua Gaspar Silveira Martins, em uma casa próxima ao Estádio dos Plátanos, onde também funcionava o negócio da família: um armazém que ficou famoso por ter adquirido a primeira geladeira comercial da cidade. A mãe cuidava dos três filhos – Telmo era o caçula.

O espírito de liderança começou a ser notado quando ainda era estudante do Colégio São Luís e dirigiu o Grêmio Estudantil. Depois, foi presidente do Diretório Acadêmico da faculdade de Direito. Com menos de 30 anos, elegeu-se vereador pela primeira vez. “Diga-se de passagem, sem remuneração. Era preciso ter um ideal para enfrentar uma candidatura. O objetivo único era colaborar”, acrescenta.

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De lá para cá, foram outras nove campanhas, todas exitosas. Para ele, trata-se de um talento com o qual nasceu. “Muitas pessoas jogam tênis, mas algumas se sobressaem. Tem que ter um dom, sim”.

RAIO X DE TELMO

Um livro: Por dentro da Casa Branca de Clinton, de Bob Woodward. Talvez por eu ser político, me marcou muito. E quando eu era mais jovem, li e reli O Tempo e o Vento.

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Uma música: Gosto de todas. Tenho uma coletânea de CDs muito boa, de todas as variedades.

Time do coração: Internacional. Mas só sou fanático pelo Galo.

Um filme: Perfume de Mulher, com o Al Pacino, que é um supercraque.

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Um ídolo: Sempre me foquei nos grandes oradores. Posso citar Ulysses Guimarães, Paulo Brossard, Jarbas Passarinho, Cantídio Sampaio. Não há quem não se deixe inspirar por eles.

Um hobby: Churrasco com os amigos. E dar uma caminhada no Lago Dourado me faz bem.

Um defeito: Gostar de política.

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Uma qualidade: Sou perseverante na busca dos meus objetivos. É preciso estar focado.

Gosto por obras

“Construir e realizar.” É assim que Telmo explica a sua motivação para, aos 72 anos, estar em busca de mais um mandato. “Quando eu começo a ficar um pouco deprimido, visito obras que estão em andamento para voltar a ter força”, conta.

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Não por acaso, cita os períodos em que foi secretário estadual de Obras e Transportes como os mais marcantes de sua carreira, já que pôde tirar do papel investimentos importantes para a região, como no Distrito Industrial e no Aeroporto de Santa Cruz, bem como no asfaltamento de rodovias. “Tanto que nas duas ocasiões, fui o deputado mais votado do partido e o quarto mais votado do Estado”, acrescenta. Foi nessa época, porém, que também amargou uma frustração: a não reeleição de Antonio Brito para o governo gaúcho. “Foi uma injustiça com um governador que reformou o Estado”, disse.

Estrategista, mas silencioso

Com praticamente toda sua trajetória dedicada ao Legislativo, Telmo demonstrou, durante três anos e meio no Palacinho, que gosta de jogar em silêncio. Altamente estrategista, conseguiu reverter uma minoria na Câmara, aprovar projetos controversos (como o da contratação de uma empresa de consultoria pela Prefeitura) e, mais recentemente, minar o projeto de uma sexta via na corrida eleitoral.

Também foi estratégica, garante, a decisão de confirmar a candidatura apenas no último momento. “Se eu declaro três, quatro meses antes que sou candidato, está deflagrado o processo sucessório e não tenho mais tranquilidade para governar”, afirma.

Apesar do perfil combativo, e de alguns fortes embates com a oposição em que assumiu a linha de frente, sua preferência é por agir de forma reservada. Econômico nas aparições públicas – inclusive em compromissos oficiais, que muitas vezes delega para terceiros –, já foi classificado por adversários como “um prefeito de gabinete” e pouco acessível, rótulo que ele rejeita. “Não é verdade que eu não circule por aí. Mas o político não pode cansar as pessoas com sua constante e demasiada presença. Tem que aparecer nas coisas que são importantes”, defende.

Futebol na TV, carne na brasa

Desde que chegou à Prefeitura, Telmo optou por não tirar férias e integrantes do núcleo mais próximo acostumaram-se a convocações em fins de semana. As horas de folga costuma dedicar a churrascos com amigos, quase sempre na antiga casa da Gaspar, que hoje é seu escritório particular e refúgio.

Outro lazer estimado é assistir a partidas de futebol pela televisão. “Fui boleiro. Futebol está dentro de mim”, conta, recordando as experiências no futebol de várzea e em clubes do interior – além, é claro, da passagem pela presidência do Galo. Torcedor do Inter, não esconde a angústia com o momento atual do time. “Barbaridade. Nunca tinha visto perder tantos jogos”, conta.

Parte dos horários livres também é ocupada com a família. Além dos quatro filhos e do casamento de mais de 40 anos com Tereza Cristina, tem três netos. “E o quarto, o Lucas, chega em setembro”, acrescenta.

Leia as matérias com os outros candidatos: 

>> Afonso Schwengber: homem das lutas e do campo 
>> Gerri Machado: o acaso que virou um sonho
>> Sérgio Moraes: entre o plenário e a oficina

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