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Postagens sobre Bolsonaro causam polêmica em Santa Cruz

Foto: Isac Nóbrega

Comentários postados no Facebook sobre a confirmação de que o presidente Jair Bolsonaro testou positivo para Covid-19 geraram polêmica em Santa Cruz nesta terça-feira, 7. As manifestações foram feitas por um professor universitário e por um ex-candidato a deputado estadual.

Em um dos casos, Júlio Bernardes, que é professor de Filosofia na Unisc, sugeria que Bolsonaro e seus familiares ingerissem um raticida. “Olha tem um remédio que não falha…Mata o vírus com certeza.. se alguém conhece o Bolsonaro, ou os filhos, ou a Micheque… Diz para eles passarem numa agropecuária, ou até numa ferragem e comprarem ‘Ri do Rato’”, diz o texto. A mensagem foi apagada pelo Facebook, mas Bernardes seguiu recebendo críticas durante todo o dia.

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Procurado pela Gazeta do Sul, o professor, que é morador de Porto Alegre, disse que o texto foi escrito por um amigo e que ele apenas “acrescentou algumas coisas”. Bernardes afirmou não considerar que sua mensagem possui “gravidade política” e que não imaginava a repercussão. “Óbvio que era uma ironia. Sou um advogado da não violência e do respeito. Se ofendeu, eu peço desculpas, não tem problema com isso”, disse.

Bernardes alegou ainda que outros comentários postados nas redes sociais a respeito do assunto foram “muito mais agressivos e em tom sério” e disse que a postura de Bolsonaro “autoriza esse tipo de brincadeira”. “Quem fala sério sobre matar 30 mil pessoas está na Presidência da República. Ele é o primeiro a fazer esse tipo de brincadeira”, falou, referindo-se a uma entrevista dada por Bolsonaro na década de 90 na qual ele afirmou que seria preciso uma guerra civil para mudar o país.

Já no fim da tarde de quarta-feira, 8, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) divulgou uma nota sobre o ocorrido, em que afirma que está tomando as “medidas cabíveis”. “Atenta às manifestações ocorridas após publicação, em rede social pessoal, de texto de docente da Instituição, ressalta-se que tais palavras não refletem a posição da Universidade, caracterizada pelo pluralismo de ideias, que é a base da autonomia universitária e princípio fundante da democracia”, diz o comunicado, que ainda classifica como “desproporcionais os ataques à imagem da Unisc”, feitos por alguns dos que criticaram a publicação do professor. A íntegra da nota pode ser lida no fim desta matéria.

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A outra postagem foi assinada por Jamal Harfousch, que concorreu à Assembleia Legislativa em 2018 pela Rede Sustentabilidade. “Bolsonaro testou positivo para o Covid-19. Vamos todos rezar…pelo vírus desta vez! VIVA COVID-19 / VIVA CORONA”, escreveu.  A mensagem foi apagada pelo próprio Jamal, que admitiu que a manifestação foi “infeliz”. “Reconheço meu erro e excluí a publicação”, falou, afirmando ainda que deseja “melhoras” ao presidente.

Jamal atualmente é pré-candidato a vereador pelo PSDB. Procurado, o vereador César Cechinato, que é presidente da sigla, disse que ele se manifestou “como cidadão e não como tucano” e que a situação vai ser discutida internamente nos próximos dias. “Temos respeito pelo cidadão e presidente Jair Bolsonaro, que é o presidente de todos os brasileiros. Dos que votaram nele e, também daqueles que não votaram nele”, falou.

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Leia a íntegra da nota divulgada pela Unisc:
A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em face de seu compromisso social com a comunidade regional, não compactua com atitudes ou atos de violência de qualquer ordem, tampouco é condizente com manifestações que denigrem a honra da pessoa.
Atenta às manifestações ocorridas após publicação, em rede social pessoal, de texto de docente da Instituição, ressalta-se que tais palavras não refletem a posição da Universidade, caracterizada pelo pluralismo de ideias, que é a base da autonomia universitária e princípio fundante da democracia.
Ao gerar ampla repercussão o conteúdo da postagem, a toda evidência, imprudente e infeliz, são desproporcionais os ataques à imagem da Unisc, que tanto contribui com o desenvolvimento da cidade e da região e que caminha no rumo da qualificação dos debates, cada vez mais semeando a cultura da paz, do respeito e da tolerância, sem aceitar extremismos de lado algum.
A Unisc e seus mais de 400 professores têm o desafio de contribuir para a volta da paz social, ainda que não se deva ou possa controlar opiniões pessoais, que não refletem posturas institucionais, dado o comprometimento com o bem-estar de toda a sociedade.
A Unisc tem a liberdade de expressão como um valor inegociável; todavia, precisa-se observar os limites legais impostos a esse direito. As medidas cabíveis ao caso estão sendo tomadas.
Como Instituição de educação, precisa-se investir na tolerância, não podendo fracassar enquanto sociedade.

CORREÇÃO: entre 19h48 e 20h15 da terça-feira, 7, esta publicação dizia que Júlio Bernardes é coordenador do curso de Filosofia da Unisc, informação que estava errada. Ele é professor da disciplina de Filosofia, como consta agora no texto atualizado. Ele era citado como coordenador no site da universidade, mas erroneamente, e a citação já foi removida, segundo a assessoria de imprensa da instituição.

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